A partir do sepultamento do papa Francisco neste sábado (26), a Igreja Católica dá os próximos passos na organização da eleição que irá definir quem será o novo papa, processo chamado de conclave. Atualmente, 135 cardeais estão aptos a votar segundo as regras do Vaticano.
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O papa Francisco morreu na madrugada de segunda-feira (21) vítima de um AVC e insuficiência cardíaca. Nos últimos dias, cerca de 250 mil fiéis passaram pelo velório do pontífice para prestar homenagens.
De acordo com as regras do Vaticano, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois da morte do papa. Dessa forma, a previsão é que o processo tenha início entre os dias 6 e 11 de maio.
Porém, o papa Bento XVI criou uma nova regra em fevereiro de 2013 que permite flexibilidade nesse prazo. Segundo a norma, o conclave pode ter o início antecipado caso todos os cardeais com direito a voto já estiverem no Vaticano. Em casos excepcionais, a eleição também pode ser adiada.
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Em entrevista à GloboNews, o cardeal brasileiro Dom Paulo Cezar Costa disse que os cardeais que participam da escolha do próximo papa já foram convocados para irem até o Vaticano.
Atualmente, o Colégio dos Cardeais é formado por 252 religiosos, incluindo oito brasileiros. Porém, somente cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Dessa forma, 135 cardeais se enquadram no critério, sendo sete brasileiros.
Raymundo Damasceno, nascido em Capela Nova, Minas Gerais, é o único entre os cardeais brasileiros que não se enquadra nos critérios de votação. Ele já está em Roma e pode ser eleito papa, mas por ter 88 anos não poderá votar.
Entre os brasileiros estão três catarinenses que devem participar do conclave. Os representantes de Santa Catarina nasceram nas cidades de Gaspar, Forquilhinha e Mafra.
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Infográfico: veja quem são os brasileiros que estarão no conclave
Como funciona o conclave
Os cardeais eleitores ficam fechados dentro do Vaticano durante o conclave, em uma área chamada de “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.
As votações acontecem dentro da Capela Sistina. Um cardeal precisa receber dois terços dos votos para ser eleito. Os votos são secretos, e depois de serem contabilizados são queimados.
Até quatro votações podem ser realizadas por dia, duas pela manhã e duas à tarde. Caso os cardeais não tenham a maioria dos votos depois do terceiro dia de Conclave, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.
Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Mesmo assim, é preciso que o novo papa atinja dois terços do voto para ser eleito.
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Nas eleições de Francisco, em 2013, e Bento XVI, em 2005, os conclaves terminaram em apenas dois dias. De modo geral, as eleições dos últimos 100 anos foram rapidamente resolvidas.
Confira a lista completa de cardeais que irão participar do conclave
Países com mais cardeais
Grande parte do Colégio dos Cardeais foi nomeado pelo próprio Francisco. Do total de 135 cardeais votantes, 97 foram criados pelo papa argentino, equivalente a 71,85% do total. Entre eles está o catarinense Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nomeado em 2024 por Francisco.
Cardeais_Conclave de Mídias NSCAs nomeações de Francisco também trouxeram mudanças no perfil dos participantes do conclave. Isso porque o papa nomeou diversos cardeais de países em desenvolvimento, descentralizando a Igreja. Assim, foi ampliada a participação do clero da África e Ásia, e da própria América Latina, onde ele nasceu.
Contudo, a Europa segue sendo a região com maior número de representantes, mesmo que esse indicador tenha se aproximado mais de outros continentes. A Itália é o país com mais representantes, seguido dos Estados Unidos e do Brasil.
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Veja os favoritos para assumir posto do papa Francisco
*Com informações de g1 e Istoé
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