Em menos de 24 horas, três mulheres foram assassinadas em Santa Catarina nesta segunda-feira (5). Os crimes ocorreram em Canoinhas, no Norte do Estado, Lages, na Serra, e em Witmarsum, no Alto Vale do Itajaí, entre às 10h e 20h, segundo a Polícia Militar. Informações preliminares apontam que em todos os casos os suspeitos são os companheiros da vítima.
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As vítimas são: Daiane Vogt, de 43 anos; Carine dos Santos Ramos, de 31; Roseli Rades, de 36. Elas entram para uma estatística que tem crescido no Estado nos últimos meses. Dados da Polícia Civil catarinense apontam que desde janeiro, 37 mulheres foram vítimas de feminicídio em Santa Catarina — uma média de quatro casos por mês.
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Os casos que ocorreram nesta segunda-feira, inclusive, se assemelham ao perfil dos assassinatos em 2022. Em dois deles, por exemplo, as vítimas foram mortas a facadas — no primeiro semestre do ano, das 30 mortes registradas, 13 ocorreram com o uso de arma branca.
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Coberta por lençol e tesoura coberta de sangue
O primeiro caso ocorreu em Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, por volta das 10h. Daiane Vogt, de 43 anos, foi encontrada caída em um quarto, seminua e coberta por um lençol. O namorado dela, de 26 anos, relatou à polícia que os dois tinham ido à chácara de amigos no domingo (3) e retornado para casa por volta das 18h. Em seguida, ele saiu para ir à casa do pai, enquanto a mulher ficou na residência.
Já por volta das 22h15, o homem alegou que dormiu no sofá, enquanto Daiane estava trancada no quarto. Por outro lado, a mãe da vítima contou à polícia que ficou preocupada após o genro ligar para ela informando que a filha estava no cômodo desde a noite anterior e não respondia ligações e mensagens.
Branca, adulta e morta a facadas: o perfil de quem é vítima de feminicídio em SC
O corpo foi localizado pela Polícia Militar com golpes que indicavam um crime. Já no banheiro, foi encontrada uma tesoura com marcas de sangue. Quando questionado sobre as circunstâncias do ocorrido, o namorado insistiu em dizer que havia dormido no sofá e que teria encontrado a mulher apenas na manhã seguinte, já sem vida.
Outro fato que causou estranheza é que os bombeiros relataram ter recebido uma ligação relatando que, no endereço, havia uma mulher com ferimentos de arma branca. No entanto, o homem teria cancelado o pedido de socorro dizendo que conduziria a vítima por meios próprios. Ele negou à PM ter chamado os socorristas.
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Como o depoimento do namorado não batia com as circunstâncias da cena, ele foi preso em flagrante e encaminhado ao presídio. Agora, a Polícia Civil investiga o caso. Na tarde de segunda-feira, foi pedida a conversão da prisão em flagrante para preventiva.

Vítima é encontrada morta em sofá
Já em Lages, o crime ocorreu na tarde desta segunda-feira no bairro Bela Vista. O corpo de Carine dos Santos Ramos foi localizado na tarde desta segunda-feira (4) pela Polícia Militar. A causa da morte não foi divulgada. O companheiro dela, que também foi encontrado sem vida no local, é o principal suspeito pelo crime.
De acordo com Rosely Silva, amiga da vítima, atualmente a mulher estava desempregada e tinha duas filhas pequenas, de outro relacionamento. As meninas moravam com a avó.
Os corpos foram recolhidos por equipes da Polícia Científica. Um inquérito também foi aberto pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de Lages para apurar as circunstâncias da morte.
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Suspeito entregou arma pessoalmente para polícia
O último caso ocorreu Witmarsum, no Alto Vale do Itajaí, na noite desta segunda-feira (4). Uma mulher foi encontrada morta, dentro da casa dela, no Caminho do Anum.
Após cometer o feminicídio, o homem foi até a casa de um policial militar pessoalmente para entregar a arma do crime e depois fugiu. Cerca de três horas depois, ele foi localizado no município de Vitor Meireles, aparentemente bêbado. De acordo com o delegado Luis Ricardo, o preso confessou o crime e disse ter agido por ciúmes.
O casal estaria namorando há nove meses. A PM informou que homem tem passagens criminais por lesão corporal, tentativa de homicídio, violência doméstica e ameaça. A cidade não registrava uma morte violenta desde 2008, segundo dados da Polícia Civil.
Como denunciar casos de violência doméstica:
- Disque-denúncia: 181
- Polícia Civil: 197
- Polícia Militar: 190
- Por meio do whatsapp da Polícia Civil: 48 98844-0011
- Também é possível fazer um boletim de ocorrência por meio da Polícia Virtual da Mulher
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