As três reféns já libertadas, neste domingo (19) pelo Hamas têm entre 24 e 31 anos e são as primeiras a serem liberadas pelo grupo extremista após o acordo de cessar-fogo com Israel. Elas fazem parte de um grupo de 33 reféns que ainda devem ser liberados nos próximos dias. Em troca, Israel deve soltar prisioneiros palestinos e recuar as forças militares da Faixa de Gaza. As informações são do g1.
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Por volta das 12h (horário de Brasília), a imprensa israelense noticiou que as reféns já estavam com a Cruz Vermelha. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), elas passarão por avaliação médica ao chegar em Israel.
De acordo com o exército israelense, as três mulheres ficarão no Hospital Infantil Safra no Centro Médico Sheba nos próximos dias e talvez semanas. As mulheres estão viajando com suas mães e serão reunidas com outros membros da família no hospital.
Segundo o hospital, elas serão examinadas por uma equipe médica especial, com roupas novas, artigos de higiene, cuidados de beleza e refeições especialmente preparadas. O local foi escolhido por oferecer acomodações tranquilas e privacidade.
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O principal porta-voz militar de Israel, Contra-Almirante Daniel Hagari, disse que nos primeiros 42 dias do acordo de cessar-fogo, três a quatro reféns mantidos em Gaza serão libertados a cada semana. O próximo grupo de cativos deve ser solto no sábado (25), disse ele.
Quem são as reféns libertadas
- Romi Gonen, 24 anos: sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova;
- Emily Damari, 28 anos: a jovem possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel;
- Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária que também morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.
Libertação dos demais reféns
Em uma publicação no X/Twitter, o Ministério das Relações Exteriores de Israel publicou os nomes e fotos dos 33 reféns que devem ser soltos. Não se sabe, no enquanto, quantas pessoas estão vivas. Ao todo, 31 foram levadas de Israel em 7 de outubro de 2023.
Os outros dois reféns, que devem ser soltos, estão presos desde 2014 e 2015, respectivamente. Entre os que devem ser libertos estão os dois reféns mais jovens mantidos pelo Hamas – Kfir e Ariel Bibas que, se vivos, possuem dois e cinco anos, respectivamente.
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Confira a lista de reféns a serem libertos
- 1. Liri Albag
- 2. Itzhik Elgarat
- 3. Karina Ariev
- 4. Ohad Ben-Ami
- 5. Ariel Bibas
- 6. Yarden Bibas
- 7. Kfir Bibas
- 8. Shiri Silberman Bibas
- 9. Agam Berger
- 10. Romi Gonen
- 11. Danielle Gilboa
- 12. Emily Damari
- 13. Sagui Dekel-Chen
- 14. Yair Horn
- 15. Omer Wenkert
- 16. Alexander (Sasha) Troufanov
- 17. Arbel Yehud
- 18. Ohad Yahalomi
- 19. Eliya Cohen
- 20. Or Levy
- 21. Naama Levy
- 22. Oded Lifshitz
- 23. Gadi Moshe Moses
- 24. Avera Mengistu (mantido desde 2014)
- 25. Shlomo Mansur
- 26. Keith Siegel
- 27. Tsahi Idan
- 28. Ofer Calderon
- 29. Tal Shoham
- 30. Doron Steinbrecher
- 31. Omer Shem-Tov
- 32. Hisham Al Sayed (mantido desde 2015)
- 33. Eli Sharabi
A lista de prisioneiros palestinos que serão soltos neste domingo ainda não foi divulgada.
Acordo de cessar-fogo
Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito. Confira a seguir o que prevê o texto.
1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns
Neste domingo (19)
- O cessar-fogo deveria começar às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
- A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas deve entregar reféns israelenses – são três mulheres vivas. O local não foi informado, mas Israel preparou locais para recebê-los em três cidades ao longo da fronteira com Gaza: Erez, Re’im e Kerem Shalom.
- Na sequência, Israel entregará 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
Ao longo da primeira semana
- No dia 25 de janeiro, Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
- No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 e 50 para cada refém).
- Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas.
- Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza.
- A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave.
- Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
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Nas semanas seguintes
- Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
- A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
- Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos
- Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave.
- Devolução de todos os demais corpos de reféns.
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