João Colin, Abdon Batista, Albano Schmidt, Dona Francisca… Você já deve ter reparado que existem ruas que homenageiam pessoas. É fato também que, geralmente, você não faça a menor ideia de quem elas sejam. E aí vêm as perguntas: quem foram elas? O que fizeram de relevante para a cidade? Elas merecem a homenagem?

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Independentemente das respostas, o nome desses personagens está gravado, lembrando de alguém que contribuiu para o mundo, para o País, para o Estado e, no caso desta reportagem, pessoas que de uma forma ou outra serviram à comunidade de Joinville. Conheça os homenageados de dez ruas da cidade:

João Colin

Nascido em 2 de agosto de 1911, João Colin era o único filho homem de Otto Colin e Ingeborg Hermann Colin. Estudou na Deutsche Schule, antiga Escola Alemã, onde hoje funciona o Colégio Bom Jesus. Complementou os primeiros estudos no Colégio Catarinense, em Florianópolis, e dali foi para o Rio de Janeiro estudar direito na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil.

Voltou para Joinville e exerceu a advocacia até quando foi convidado a assumir o comando das empresas da família, que incluíam Indústrias Colin e Cia, Fiação Joinvilense, Ambalit, Cotonifício e, depois, uma indústria de felpudos.

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João Colin foi presidente do Caxias e injetava recursos até para que o clube desfilasse no Carnaval. Fundou em Joinville a União Democrática Nacional, a UDN, em 1946. Foi eleito vereador, prefeito por duas vezes (1947-1950 e 1956-1957), deputado estadual (1951-1955) e foi também secretário de Obras e Viação do governo de Irineu Bornhausen (1951-1955) por curto período. Morreu em dezembro de 1957.

Procópio Gomes de Oliveira

Procópio Gomes de Oliveira nasceu em Araquari, antiga Parati, em 1859. Foi intendente – prefeito – em duas gestões (1903- 1907 / 1911 -1914). Em 1886, exerceu a função de juiz de paz.

Foi também deputado por Santa Catarina e coronel da Guarda Nacional. É da sua gestão o aterro da praça do Mercado Municipal, bem como a construção do primeiro prédio do Mercado Municipal. Construiu também o Cemitério Municipal e o Hospital de Caridade, hoje Hospital São José.

Foi político, comerciante e industrial e participou ativamente da vida pública e empresarial em Joinville. Procópio pertenceu à “oligarquia do mate”, foi sócio da Cia. Industrial, proprietário de uma fazenda em Guaramirim, outra no bairro Itinga, usina hidrelétrica do Piraí e proprietário de 2 milhões de metros quadrados próximo à praia da Vigorelli.

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Era casado com Maria Balbina Miranda de Oliveira, com quem teve 11 filhos. Ele faleceu em 1934.

Aubé

Louis François Léonce Aubé foi engenheiro e diretor da Colônia Dona Francisca. Cidadão francês, foi vice-cônsul da França em Santa Catarina, a partir de novembro de 1849, e representante de Francisco Fernando de Orléans (príncipe de Orléans) e de Francisca de Bragança (princesa de Joinville).

Aubé, que empresta seu nome a uma rua do bairro Boa Vista, foi também deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina na 12ª legislatura (1858-59). Ele nasceu na França, no ano de 1816, e faleceu em Paris no dia 19 de fevereiro de 1877.

Ottokar Doerffel

Nasceu em 1818, em Glauchau, na Saxônia. Casou com Ida Günther, mas não tiveram filhos. Envolveu-se nos movimentos revolucionários de Unificação da Alemanha, e em 1854 emigrou para o Brasil em razão do movimento político. Já na Colônia Dona Francisca, Ottokar fundou o Kolonie- -Zeitung – Jornal da Colônia – fechado em 1942.

Foi tesoureiro na Companhia Colonizadora de Hamburgo, vereador, jornalista, cronista, matemático e terceiro prefeito de Joinville, entre 1874 e 1877. Em 1859, ajudou a fundar a Loja Maçônica Amizade ao Cruzeiro do Sul.

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Ottokar foi um dos mais influentes moradores de Joinville no período da colonização. Teve atuação em diferentes áreas, como a política, as artes e o jornalismo e contribuiu diretamente para o desenvolvimento da cidade e da região. Ottokar faleceu em novembro de 1906.

Monsenhor Gercino

Gercino de Santana e Oliveira nasceu em Florianópolis em 7 de fevereiro de 1868. Estudou em Roma, onde concluiu os cursos de filosofia, teologia e direito canônico e obteve o doutorado em teologia e filosofia e o mestrado em direito canônico na Universidade Gregoriana entre 1879 e 1890. Foi ordenado presbítero em Roma em 20 de dezembro de 1890, lá permanecendo para completar os estudos.

Em 1908, foi criada a diocese de Florianópolis, e padre Gercino optou por nela exercer suas funções. Em 12 de dezembro de 1917, dom Joaquim Domingues de Oliveira o chamou para Santa Catarina e nomeou-o pároco da São Francisco Xavier, de Joinville, e vigário forâneo, funções que exerceu até 19 de outubro de 1953.

Apesar de tantas responsabilidades, organizou a criação da diocese de Joinville, o que ocorreu em 17 de janeiro de 1927, sendo instalada em 1929 com a nomeação do primeiro bispo, dom Pio de Freitas. Em 18 de agosto de 1929, foi nomeado o primeiro vigário-geral. Ele faleceu em 19 de outubro de 1953, 24 horas após completar 86 anos.

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Helmut Fallgatter

Helmut Ernesto Fallgatter nasceu em 29 de agosto de 1909 em Curitiba. Após os primeiros estudos, mudou-se com a família para Joinville, onde passou a estudar na Escola das Irmãs Lauer. A formação foi concluída na Escola Alemã (hoje Colégio Bom Jesus). De sua turma, além dele, Rolf e João Colin e Luiz Baxmann (em Guarulhos-SP) seriam prefeitos. Ingressou como aprendiz na extinta Farmácia Leão e entrou como farmacêutico na Farmácia Minerva (hoje Catarinense).

Durante 28 anos, atuou como gerente e presidente do Grupo Drogaria, Farmácia e Laboratório Catarinense. Ingressou na política em 1960, para concorrer à Prefeitura de Joinville, disputando pela coligação formada por PSD, PTB, PDC e PSP. Eleito, priorizou educação, saúde, agricultura e sistema viário. Além do Plano Diretor, investiu em hospitais, construção de escolas e realizou desapropriações para instalação de órgãos públicos.

Nos anos de 1970, foi responsável pelo fortalecimento do jornal “A Notícia”. Em 1967, mudou-se para Barra Velha, onde havia construído um loteamento. Em 1971, chegou a receber o título de comendador, honraria da qual nunca faria uso.

Abdon Batista

Nascido em Salvador, em 30 de julho de 1851, Abdon Batista foi médico, jornalista e político. Formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, mudou-se para Santa Catarina, onde foi deputado estadual, deputado federal e senador. Foi também prefeito de Joinville.

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Filiado ao Partido Liberal, exerceu também o cargo de deputado na Assembleia Legislativa Provincial de SC na 25ª e na 27ª legislaturas. Em sua homenagem, também foi batizado o município de Abdon Batista, em SC. Faleceu em Joinville em 15 de março de 1922.

Albano Schmidt

Nascido em 1900, Albano Schmidt estudou no Deutsche Schule (Escola Alemã, atual Colégio Bom Jesus) e trabalhou inicialmente na Malharia Arp. Destacou-se na empresa a ponto de ser enviado para a sede, no Rio de Janeiro. De volta a Joinville em 1924,trabalhou na Enterlein, Keller e Cia. sucessora da empresa Birckholz.

Em 1937, obteve o domínio da fórmula do ferro maleável. Com isso, no ano seguinte, começaram a ser fabricadas as primeiras conexões com a marca Tupy. E em 9 de março de 1939, nascia, ainda na rua Pedro Lobo, a Fundição Tupy. Ele faleceu em 1958.

François Ferdinand (rua do Príncipe)

Em 1837, veio para o Brasil o príncipe François Ferdinand Phillippe Louis Marie, nascido na França em 1818. Na corte imperial, conheceu a princesa Francisca Carolina, filha de dom Pedro 1º, que havia abdicado do império do Brasil em 1831. Após a primeira visita do príncipe francês interessado na princesa brasileira, o Brasil recebeu somente mais duas visitas de François Ferdinand, em 1840 e 1843. Casou-se com a princesa Francisca e fixaram residência na Europa.

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Designou Léonce Aubé para tomar posse das terras no Norte catarinense. Mais tarde, nasceram os príncipes Francisca (1844) e Pierre (1845) na Europa, e, devido às dificuldades financeiras, litígios e a Revolução Primavera dos Povos em 1848, resolveram vender em Hamburgo, ao senador Christian Mathias Schroeder, as terras recebidas como dote no Brasil. O príncipe morreu em 17 de junho de 1900, aos 81 anos, em Paris, vítima de pneumonia.

Em sua homenagem, foi batizada uma das principais vias centrais de Joinville, a rua do Príncipe, que também já recebeu o nome de Prinzenstrasse.

Dona Francisca

Tão grande quanto a sua importância na história de Joinville era o seu nome. Francisca Carolina Joana Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga de Bragança nasceu no Rio de Janeiro no dia 2 de agosto de 1824. Ela foi a quarta filha do imperador dom Pedro 1º e da imperatriz Maria Leopoldina.

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Em 1837, conheceu o príncipe francês François Ferdinand, que aportou no Brasil a caminho da ilha de Santa Helena, onde deveria buscar os restos mortais de Napoleão Bonaparte e levá-los de volta à França. O príncipe retornou anos mais tarde, em 1843, casou-se com a princesa brasileira e seguiram na fragata La Belle Poule para a França.

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Considerada bela e educada na corte francesa, Francisca recebeu como dote um milhão de francos e mais terras no Nordeste de Santa Catarina. Essas não eram as terras próximas da Guiana Francesa, como era desejo da coroa francesa. Ela faleceu em Paris no dia 27 de março de 1898.