“Quem manda sou eu”, declara presidente Antenor Angeloni

Com o intuito de esclarecer a confusão provocada com a saída do ex-técnico Argel Fucks, o presidente Antenor Angeloni chamou as duas principais rádios locais de Criciúma para uma entrevista coletiva em sua casa nesta quinta-feira.

Além de esclarecer a troca de farpas causada pela afirmação de Argel de que o dirigente Cláudio Gomes teria decidido por sua não renovação, o presidente quis deixar claro que está no comando do Criciúma e que a decisão da saída do técnico já estava definida no momento em que ele foi convocado para resolver a situação do time.

Além disso, não renovar, segundo o cartola, foi uma decisão baseada no relacionamento de Argel com membros da diretoria.

– Eu trouxe o meu amigo Argel para resolver esse problema. Só que não queremos ele para o ano que vem porque haveria uma dificuldade de relacionamento. Não quero isso dentro de uma empresa. Não pode haver esse tipo de coisa. Então para o bem do Criciúma, para o bem do Argel, para o bem de todos. Acho que o Cláudio está sendo muito sacrificado. Não tem razão nenhuma. O Cláudio não manda nada. Quem manda sou eu. E acabou-se. Sempre foi assim – apontou.

Leia alguns trechos da entrevista, que está disponível no site oficial do Criciúma.

Por que Argel Fucks não permaneceu no Criciúma?

Antenor Angeloni: Foi muito clara a contratação do Argel Fucks. Eu que quis trazê-lo de todo jeito, contrariando a diretoria quando eu disse o seguinte: vou trazer, porque todo mundo concorda com aquilo que eu faço. Aqui no Criciúma quem manda sou eu. Sempre foi, desde quando eu entrei disse que para resolver essa situação toda teria que ser um ditador. Então foi sempre assim. A coisa foi muito dirigida contra o Cláudio, não sei por quê. Não sei por que o Argel agiu de maneira tão agressiva quando tinha um contrato muito claro até o dia 8 de dezembro. O Argel veio para resolver o problema do Criciúma naquela situação. E eu, como empresário, com a intuição que eu tenho, sempre faço as coisas desse jeito. Ele falou outras coisas que não é tanto verdade. Pagamos o Argel desde que ele chegou aqui, 240, 250 mil reais. Ele falou que R$ 18 mil. Em 70 dias ele ganhou R$ 250 mil entre prêmios, salários e bichos. Então tem algumas inverdades que não entendi o porquê foram ditas. Estou aqui para o bem do Criciúma, para que a nossa torcida fique calma e tranquila. Eu sei o que estou fazendo. (…) Esperava que terminasse tudo numa boa. Que o Argel continuasse nosso amigo. Desejo toda a felicidade para o Argel. Ele já é e vai ser um grande treinador no Brasil, mas ele tem que aprender também algumas coisas. Ele não pode ser assim desse jeito como está terminando. Não gostaria que terminasse assim.

Qual é o projeto para 2014?

Antenor Angeloni: É o mesmo projeto de sempre, que o Criciúma seja grande. Para que o Criciúma faça aquele programa que estamos fazendo há muito tempo. É o programa da estruturação que vem das categorias de base. Isso foi desde o começo. Sempre falei isso. O futuro de qualquer clube está nas categorias de base. Formar jogadores para poder negociar, para poder sustentar o clube. Essa é a nossa missão. Esse é o nosso trabalho. O Argel seria nocivo ao clube? Não, não seria. Mas só que tenho que conviver com todos aqui em uma harmonia de relacionamento e quando a coisa não seria desse jeito se o Argel ficasse aqui. Para complementar tudo aquilo que ficou combinado não faltou nada. Foi contratado até o dia 8 de dezembro. Acabou, acabou. Ele foi contratado para conquistar aquilo ali. Aquela era a minha ideia. Eu forcei a situação naquela época. Então eu queria que tudo ficasse claro. Que cada um seguisse seu caminho feliz e pronto.

Por que o Cláudio Gomes saiu do marketing e se tornou diretor de futebol?

Antenor Angeloni: São as loucuras que eu faço. Ele está há quatro anos comigo. É um rapaz inteligente, é um rapaz que quando eu peço pra fazer, ele faz, executa as coisas, é muito competente, objetivo e ambicioso. E dentro daquilo que a própria imprensa sempre falou, nós estamos com a prata da casa, estamos com gente da casa para tocar o futebol, para tocar tudo e eu acho que é esse o caminho. Vamos ver, vamos ver o resultado. Se não der certo eu troco. Não tenho a menor dúvida disso. Mas eu tenho a convicção de que vai dar certo, vai ser melhor do que os outros anos, que foi meio assim. Algumas coisas erradas que foram feitas, vamos tentar aprender.

E o nome do novo treinador, já passou pelo senhor?

Antenor Angeloni: Está tudo sendo resolvido. A gente esperou que terminasse o campeonato para decidir tudo. Então ainda não tem nada decidido. Não tem jogador decidido. É uma época difícil de contratar jogador. Todos os jogadores do Criciúma foram valorizados, então todos eles têm uma ambição de ganhar mais, que é normal, é natural, a gente respeita. Então tudo vai ser difícil, fazer o time para o ano que vem, mas estamos trabalhando. Daqui a pouco as coisas vão clareando e quem sabe a gente acha um bom caminho para o ano de 2014.

Marquinhos Santos interessa?

Antenor Angeloni: É um dos nomes bastante cogitados por nós, pelo trabalho que ele fez, pelo passado dele. É um nome que nos agrada para o ano que vem.