O conflito entre Israel e Hamas ganhou um novo capítulo nessa quarta-feira (31). O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em Teerã, no Irã, segundo o próprio grupo extremista e o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. Ele estava no país para participar da cerimônia de posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian.

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A TV estatal iraniana afirmou que ele foi morto por volta das 2h no horário local (20h de terça em Brasília), em uma residência de veteranos de guerra em Teerã. Ninguém assumiu a autoria do assassinato.

Chefe do Hamas, Ismail Haniyeh é assassinado no Irã

Haniyeh atuava como um interlocutor das relações internacionais do Hamas, assim como intermediava com egípcios e catarianos em acordos de reféns e em um possível cessar-fogo. Ele participou de negociações de paz com o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, e se encontrou com líderes mundiais, como o emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, e o diplomata chinês Wang Kejian.

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Israel apontava o líder como um dos responsáveis pelo ataque ao país no dia 7 de outubro, data em que mais de mil pessoas foram mortas e outras centenas foram sequestradas no país em uma sequência de ataques do Hamas.

Nascido em um campo de refugiados próximo à Cidade de Gaza, Haniyeh ingressou no Hamas no final da década de 1980, na chamada Primeira Intifada, revolta palestina contra o domínio e ocupação israelense.

Ao longo dos anos, ele cresceu na hierarquia dentro do grupo, ao mesmo tempo que o Hamas expandia o poder. Em 2004, Haniyeh foi nomeado parte de uma “liderança coletiva” secreta. Já em 2006, ganhou o título de primeiro-ministro da Autoridade Palestina.

Mais tarde, em 2017, se tornou chefe do Hamas e passou a ser definido como “terrorista global especialmente designado” pelos Estados Unidos. Dois anos depois, se mudou para o Qatar, onde vivia em uma casa luxuosa, aos custos da monarquia do país, de acordo com os serviços de segurança israelenses.

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Apesar de ser o principal líder da ala política, ele não era o único a tomar decisões. Questões relacionadas a guerra contra Israel em Gaza, por exemplo, eram definidas por Yahya Sinwar, líder do Hamas no território.

Haniyeh era visto como “moderado” dentro do grupo terrorista fundamentalista islâmico. Ele era recebido na Rússia e Turquia, aliados no grupo que possuem agendas distintas. Entre os episódios marcantes da sua liderança estão a atuação na libertação de um repórter da BBC, sequestrado por islamistas em Gaza, em 2007.

A guerra entre Israel e Hamas teve um custo doloroso a Haniyeh. No dia 10 de abril, três filhos e quatro netos do líder palestino foram mortos em um ataque aéreo em Gaza.

Com informações da Folha e CNN Brasil

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