Wagner Carvalho era mais um menino comum de Joinville que gostava de jogar futebol e das aulas de educação física. Por isso, quando os profissionais da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil chegaram à sua escola, em 2006, buscando crianças com potencial para participar das audições da instituição, ele participou sem nenhuma pretensão. Não podia imaginar que, 12 anos depois, estaria morando na Rússia e vencendo o maior concurso de dança da TV daquele país.
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Ainda nos primeiros anos de estudos na Escola Bolshoi, ele descobriu seu amor pela arte da dança e decidiu que seguiria essa carreira. Formado em 2014, foi contratado pela Cia. Jovem Bolshoi Brasil, a companhia semiprofissional da instituição.
Neste período, dançou papéis de destaque nas principais obras da instituição. Em 2015, foi premiado no 14º Russian Open Ballet Competition, em Perm, na Rússia, quando dançou ao lado de Thais Diógenes, também bailarina da Cia. Jovem na época.
Foi no concurso em Perm que o diretor artístico do Ballet e Ópera de Kazan, Vladimir Yakovlev, se encantou com os bailarinos e fez o convite para ingressarem na companhia. Até então, a bailarina Amanda Gomes, também formada pela Escola Bolshoi de Joinville, era a única brasileira na Ópera de Kazan.
Na viagem, Wagner havia levado vídeos da namorada, Carolina Zaborne, formada no mesmo ano que ele no Bolshoi Brasil. A bailarina também foi aprovada e, juntos, eles se mudaram para Kazan em 2016.
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Atualmente, aos 23 anos, ele é um dos solistas do Balé da Ópera de Kazan, e já dançou papéis de destaque no teatro e nas turnês pela Europa, como em "Romeu e Julieta", "O Quebra-Nozes", "La Fillé Mal Gardeé" e A Bela Adormecida.
Vencer o concurso televisivo Bolshoi Ballet, no qual concorreu com bailarinos de grandes companhias da Rússia e dos Estados Unidos, foi a primeira grande conquista de sua carreira profissional. Ao lado de Amanda Gomes, Wagner foi assistido por sete programas enquanto apresentava coreografias de dança clássica e contemporânea.
— Cada apresentação parecia um show mesmo. Todo mundo estava no mesmo clima, de amizade, de troca, de aprendizado e muito crescimento. A nossa Escola (Bolshoi) do Brasil foi inclusive elogiada pelos jurados. Competir com bailarinos que sou fã, como Julian Mackay e Dimitri Sabolevski foi muito legal, uma experiência que tornou a competição ainda mais desafiadora pra nós — afirmou o jovem.
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