O empresário Thiago Brennand, 42, foi preso em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, na última quinta-feira (13), mas solto no dia seguinte. Ele havia viajado para o país em 4 de setembro e estava foragido desde o último dia 27, quando teve decretada contra si uma prisão preventiva e passou a estar na lista de procurados da Interpol. Mas, afinal, de quem ele se trata?

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Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira é herdeiro de uma família tradicional de Recife, capital de Pernambuco, que fez fortuna, principalmente, a partir de investimentos imobiliários de um avô paraibano, parte deles em hospitais.

Brennand já foi sócio, inclusive, de uma ala hospitalar dedicada a saúde feminina, de nome Memorial Mulher, que integrava o Hospital Memorial São José, um centro médico de Recife que acabou vendido pela família em 2016.

Thiago Brennand é visto em hotel de luxo com diárias de R$ 22 mil após ser solto

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Atualmente, Brennand está à frente apenas de uma empresa: uma administradora de imóveis que leva as iniciais dele no nome, a TFV, sediada também em Recife.

O empresário ficou conhecido nacionalmente após reportagem do Fantástico de agosto deste ano exibir vídeo em que ele agredia uma modelo em uma academia de ginástica em São Paulo. Devido ao caso, ele passou a ser suspeito de lesão corporal e, por ter incentivado o filho a também ameaçar a mulher, corrupção de menores.

Após o caso vir à tona, uma outra reportagem do Fantástico, do início de setembro, ouviu 15 mulheres que fizeram novas acusações contra o empresário, envolvendo não só agressões e ameaças, mas também relatos de estupro e cárcere privado.

A essa altura, ele já era investigado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) sob suspeita de ter cometido crimes sexuais contra 11 mulheres. Em ao menos dois casos, Brennand teria obrigado mulheres a tatuarem no próprio corpo as iniciais TFV.

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O empresário ainda enviou um e-mail “substancialmente ameaçador” ao MPSP, conforme relatou a juíza que determinou sua prisão preventiva, devido a uma promotora ter errado seu sobrenome. O fato foi revelado pelo colunista Rogério Gentile, do UOL.

Uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que Brennand se chamava apenas Thiago Fernandes Vieira até 2019, quando mudou o nome após um processo judicial. O jornal ainda publicou que o empresário responde a processos por inadimplência.

Nas redes sociais, Brennand exibia, no entanto, hábitos luxuosos. Ele compartilhava a rotina de práticas de jiu-jitsu e hipismo. O empresário também fazia defesa da pauta armamentista e manifestações de cunho político conservador. Em seu Instagram, a postagem mais recente é uma foto do presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem já fez críticas e elogios.

A defesa de Brennand sempre negou os crimes atribuídos a ele. O empresário também já se manifestou em vídeos nas redes sociais, nos quais diz ser alvo de uma conspiração e serem falsas as acusações contra si. Ele também negou fugir da Justiça na altura das publicações.

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Brennand deixou o Brasil no mesmo dia em que o MPSP entregou denúncia contra ele à Justiça pelo caso da academia. Após ter prisão preventiva decretada, ele tentou revertar a decisão e não se entregou às autoridades. Assim, passou a integrar a lista vermelha da Interpol e acabou detido.

Ele foi solto, no entanto, mediante o pagamento de fiança. Uma nova reportagem do Fantástico, veiculada neste domingo (17), mostrou que ele está hospedado em um hotel nos Emirados Árabes com diárias de até R$ 22 mil.

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