Demitido um dia após ser alvo de acusações de assédio sexual, o ex-ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, Silvio Almeida, estava no cargo desde o início da atual gestão do governo federal.

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Silvio é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), tem mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e é graduado em Filosofia.

O ex-ministro é autor de vários livros. Um deles, “Racismo estrutural”, deu projeção nacional ao professor universitário como referência na discussão sobre combate ao racismo no Brasil. Silvio atuou como colunista de jornais brasileiros até ser nomeado ministro no terceiro mandato do presidente Lula. Escreveu também obras como “Marxismo e Questão Racial: Dossiê Margem Esquerda” e “Sartre: Direito e Política”.

Foi a atuação no campo de direitos humanos e do combate ao racismo que motivou a nomeação dele como ministro na formação da equipe de governo de Lula. À época, a indicação foi comemorada por setores da esquerda. Em 2021, Silvio havia presidido uma comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados para discutir o aperfeiçoamento na legislação de combate ao racismo institucional no país.

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Silvio substituiu Damares Alves, que comandou a pasta durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (hoje PL). Ele chegou a fazer críticas à ex-ministra, afirmando que alguns setores da pasta não receberiam recursos necessários durante a gestão da bolsonarista.

Veja fotos do ex-ministro Silvio Almeida

As acusações contra Silvio Almeida

O ministro Silvio Almeida foi exonerado do cargo na noite desta sexta, um dia após a divulgação de denúncias de assédio sexual contra ele. As acusações foram confirmadas pela ONG Me Too Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma reunião com Silvio Almeida nesta sexta-feira (6) e disse considerar graves as acusações, impedindo a permanência dele na função. “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência da República.

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Lula já havia sinalizado em entrevista mais cedo que o ministro deveria sair do cargo. As denúncias de assédio foram divulgadas pela organização não governamental Me Too Brasil na quinta-feira (5). O relato envolveria casos que teriam ocorrido no ano passado. Os nomes das vítimas não foram divulgados, mas um dos casos envolveria a a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, segundo o portal Metrópoles. Silvio Almeida e Anielle Franco assumiram os cargos juntos, em janeiro de 2023, após a posse do presidente Lula. O ex-ministro nega e repudia todas as acusações.

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