Em protesto por conta de atrasos de salários e de direitos de imagem, os jogadores do Figueirense decidiram não entrar em campo contra o Cuiabá, pela 17ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Ápice da crise que abala o alvinegro, o W.O. desta terça-feira (20) sucede uma série de crises e traumas envolvendo a relação entre jogadores e dirigentes do clube.
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Abaixo, os personagens dessa história:
Diretoria do Figueirense

Na gestão desde o fim de dezembro, sucessor de Cláudio Vernalha, Cláudio Honigman assumiu o comando do Figueirense com a promessa de fazer futebol enxuto e saudável. A folha salarial foi reduzida, mas a partir de maio os problemas financeiros começaram a aparecer. A assinatura de termo de compromisso no final do mês passado era a perspectiva de que salários em atraso de jogadores e funcionários acabassem de imediato. No entanto, os relatos demonstram que a crise financeira é mais profunda.
Conselho Deliberativo
No meio das discussões entre direção e jogadores, o Conselho Deliberativo tenta atuar como mediador, em defesa da associação Figueirense.
Antes do W.O. em Cuiabá, por exemplo, o presidente Chiquinho de Assis buscou contato com o grupo de jogadores. Ele espera que o termo de compromisso seja cumprido, principalmente na injeção de dinheiro para aplacar a crise financeira que chegou a fazer com que os atletas optassem por não entrar em campo.
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Grupo de jogadores

Houve ameaças anteriores, três jogos em casa sem haver concentração na véspera e treinamentos não realizados – os últimos quatro sem comparecer ao local da atividade. Os atletas deram o primeiro sinal de insatisfação há um mês e meio ao não concentrarem para o jogo da Recopa Catarinense. Representados pelo capitão Zé Antônio, eles reiteram que o pedidos e exigências de pagamentos incluem também todos os funcionários do Figueirense e atletas das categorias de base.
Leia também: CBF divulga súmula do W.O do Figueirense diante do Cuiabá
Ex-técnico Hemerson Maria

Ainda treinador do time principal do Figueirense, Hemerson Maria fez pedido de ajuda. Ele expôs os reflexos que a crise financeira causava, com jovens da base sem dinheiro para comprar pasta de dente, por exemplo, e pedia para que houvesse mais diálogo entre diretoria e jogadores. Depois do último jogo no comando, antes de pedir para sair do clube, alertou que um W.O. poderia ocorrer caso a situação não tivesse avanço.
Torcedor alvinegro

Solidários com os percalços enfrentados por funcionários pela falta de pagamento de salários e outros pagamentos, os torcedores se mostram solidários com a causa liderada pelos jogadores. Enquanto envolvia ausência em concentração e treinamentos por parte dos atletas, teve amplo apoio.
O W.O. em Cuiabá na última terça-feira foi reconhecido positivamente pela principal organizada e outra parte da torcida, mas também houve alvinegros que divergiram, considerando a ausência em campo uma atitude além do limite.
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