Quem ouve a história de João Neto quase sempre tem a mesma reação: isso daria um enredo de filme! Aos 35 anos o manezinho de Florianópolis comanda um império com 14 empresas, sendo a principal delas a Fontes Promotora, segunda maior promotora de crédito do país. A parte incrível dessa trajetória é que João veio de uma família simples, nunca gostou de estudar e sem quase nada de dinheiro se tornou sócio da empresa que em 10 anos cresceu mais de 141 mil%. Só no mês passado foram mais de R$ 800 milhões em empréstimos por todo o Brasil.
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Olhando de fora pode até parecer sorte. Mas a caminhada até o status de mega empresário não foi tão simples assim. Aos 18 anos João resolveu largar o estágio que lhe pagava apenas R$ 250 por mês e ir atrás do sonho de andar de skate na Europa. Chegando em Portugal percebeu que precisaria trabalhar para sobreviver e arranjou emprego como representante de vendas de uma empresa de telefonia. Ralou muito até ser promovido e chegou a abrir a própria empresa por lá, mas acabou falindo. De volta ao Brasil tentou ser empresário de pagode, mas também não teve sucesso. Por obra do acaso acabou se aproximando do seu atual sócio na promotora de crédito e iniciou ali um trabalho de vendas agressivo e diferenciado, que seria responsável pela sua grande guinada na vida. Nesse papo especial ele falou sobre sorte, sucesso, dinheiro, amor e a vida de pai, já que estamos no fim de semana dedicado a eles.
Como você despertou para o lado empreendedor?
Eu fui morar em Portugal a convite de um amigo meu que era profissional de skate. Eu tinha osonho de ser profissional também e Portugal fica perto de Barcelona, que é a capital da Europa no skate. Mas fui com pouco dinheiro e tive que entrar na luta para poder sobreviver. Foi quando despertou meu lado profissional, porque eu nunca gostei de estudar, mas lá vi que aquilo podia fazer parte da minha vida.
Você percebeu que levava jeito pra vendas?
Não num primeiro momento. Tinha vergonha, trabalhar com vendas é difícil, imagina porta a porta, mas foi o único emprego que arrumei e tive que encarar. Ou passava fome ou ia bater na porta né? (risos). Passei 2 anos em Portugal vendendo porta a porta e a empresa que eu trabalhava fazia um evento de fechamento todo mês e premiava os melhores. Fiquei louco no primeiro mês vendo as pessoas receberem 5 mil euros, televisão, e pensei que tinha que estar ali também. Foi a partir dali a minha virada. As pessoas tinham o costume de trabalhar das 14h às 21h e eu resolvi trabalhar das 6h da manhã a meia noite todo dia, de segunda a segunda, para poder ter um resultado melhor. Com o tempo comecei a aprender argumentação de venda, postura frente aos clientes e de vendedor passei a chefe de equipe, supervisor de unidade, até que recebi o convite de uma empresa concorrente. Mudei de emprego e mais tarde acabei abrindo a minha empresa lá, que foi minha primeira experiência negativa, porque na época eu era vendedor e não gestor, tive dificuldade de fazer o controle da operação e a empresa faliu. Acabei decidindo voltar para o Brasil porque estava com muita saudade da família e acreditava que tinha adquirido bastante experiência para buscar outras oportunidades por aqui.
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Como foi o retorno ao Brasil?
Cheguei sem dinheiro nenhum, de surpresa, nas bodas de prata dos meus pais. Na verdade tinha só 3 mil reais que foi o que usei para dar entrada num carro, porque achei que seria necessário para trabalhar. Voltei a morar com meus pais e na época fui procurar emprego na área de telecomunicações, acabei me tornando um destaque na empresa na parte de vendas, mas a remuneração era pequena e não tinha tanto espaço para fazer coisas como a gente fazia em Portugal, daí resolvi ir para outro mercado, do entretenimento. Virei empresário de banda de pagode e comecei a fazer shows. É um mercado muito difícil, ganhava dinheiro numa festa, na outra perdia, vivi nessa vida durante dois anos. Foi minha segunda derrota e quando eu tava quase falido fui convidado pelo Arthur Oliveira, que hoje é meu sócio, para fazer um orçamento de uma festa de final de ano da empresa dele. Estou aqui até hoje.
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A sua chegada foi o diferencial para o crescimento da empresa?
Portugal foi a minha faculdade num mercado tão disputado. Meu sonho era encontrar um produto que me desse uma boa remuneração e que não necessitasse de um grande capital. Algo que se eu realmente corresse atrás pudesse escalar esse negócio. E no consignado eu vi isso, porque é um produto novo, a gente empresta com uma taxa muito menor que as outras linhas de crédito, e eu comecei a ver que podia implantar muita coisa que eu vi em Portugal, ações de rua como fiz na Felipe Schmidt, de montar uma banca e oferecer empréstimo para as pessoas, visitar os órgãos públicos, telemarketing, então consegui aplicar muita coisa que eu fazia lá e isso fez com que a gente tivesse um resultado diferenciado. A gente cresceu rápido, com qualidade, e o Arthur tinha a experiência de mercado, a gente se complementava. Eu sou agressivo na parte de vendas e o Arthur é o cara que organiza as coisas dentro de casa.

O dinheiro te transformou?
Não, a gente mantém nossas raízes, lógico que não tenho o mesmo tempo que tinha no passado para poder estar com a minha família e meus amigos. Mas eu mantenho sempre o contato com todos. Mas também gosto de aproveitar a vida, viajar, sair, ir a restaurantes que antes eu não podia…
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A sua mãe é daquelas que falam que sabia que o filho ia dar certo ou também ficou surpresa?
O segundo caso! (risos) Porque eu não gostava de estudar, rodei 2 vezes, só queria andar de skate, não trabalhava, nem eu mesmo imaginei que ia chegar onde cheguei. Hoje somos a segunda maior instituição que faz a distribuição desse produto, a gente trabalha com 12 bancos e vem crescendo, inclusive o mês que passou foi o melhor mês da empresa, emprestamos mais de 800 milhões de reais bruto a nível Brasil, isso de consignado, em todos os Estados.
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Consegue equilibrar vida pessoal e profissional?
Sim. Quando estou na ativa sou muito intenso, tenho dias muito difíceis, de 12, 14, 16 horas de trabalho, mas também arrumo tempo e me organizo para poder viajar, me divertir, porquenão faz sentido construir uma empresa e viver só em função de trabalho, dinheiro não é tudo na vida, e nem é meu sonho ser o cara mais rico do planeta. O meu sonho é continuarconstruindo empresas sólidas, evoluindo, e em paralelo ter uma vida social bacana, ajudar quem precisa. Hoje eu ajudo instituições carentes, minha família, porque acho que é essencial.
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Recentemente você investiu no ramo de alimentação saudável. Isso faz parte da sua rotina?
A ideia de montar o fast food de comida saudável foi porque eu queria emagrecer, na época estava com uns quilinhos a mais e como viajo bastante sempre procurava alguma coisa de alimentação saudável. Comecei a perceber que é uma tendência no mundo, as pessoas querem cada vez mais se alimentar bem, e resolvi investir nesse ramo. Montamos primeiro uma rede de lojas próprias e recentemente começamos a trabalhar com franquias. Espero ano que vem quadruplicar nossa operação. Eu me alimento super bem de segunda a quinta. Mas de sexta a domingo sou um furacão, como tudo que aparece na frente.
Já que estamos no fim de semana dos pais, como é o João pai?
Pai coruja, tento dar a maior atenção para o meu filho, que tem 3 anos e meio e está cada vez mais engraçado, cheio de história, de mania, gosta de esporte. Com essa vida corrida viajo com ele, está sempre comigo, tenho uma relação boa com a mãe, ele fica metade do tempo comigo. A gente só sabe o amor que nossos pais têm conosco depois que temos filhos.
Quais sonhos ainda tem a realizar?
Quero casar (João está noivo da também empresária Michelle dos Santos), ter mais filhos, pelo menos mais 2, e na parte profissional aumentar nossas operação, de repente um dia virar banco, estamos com processo dentro do Banco Central. Tenho outro sonho também que é ser presidente do Figueirense, sou torcedor, sempre fui aos jogos e vamos ver como as coisas vão andar daqui pra frente.
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Assista ao vídeo com a entrevista completa
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