O brasileiro que viveu por cinco anos em um hotel histórico de Nova York pagando apenas pela primeira noite de estadia (200 dólares) foi identificado como Marcos Aurélio Canuto Muniz Barreto, de 49 anos. Natural de Uruguaiana, cidade da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, Marcos, que prefere ser chamado de Mickey Barreto, acredita ser dono de todo o prédio e está envolvido em uma polêmica habitacional nos EUA. As informações são do g1.
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— Eu sou Mickey Ibrahim Muniz Barreto. Eu ocupo o cargo de Cristóvão Colombo Segundo, Almirante dos Mares, Oceanos, e eu também sou o líder da tribo indígena brasileira chamada “A Bela Nação do Sol e da Lua” — disse ele em entrevista ao Fantástico.
Como gaúcho viveu por cinco anos em histórico hotel de Nova York pagando apenas 200 dólares
Mickey reside nos Estados Unidos desde 1990. Morando a maior parte desse tempo na Califórnia, o gaúcho se mudou para Nova York em 2018, quando se hospedou no New Yorker, o hotel que acredita ser dono, pela primeira vez. Em entrevista ao Fantástico, Mickey afirmou que não tinha intenção de ficar por muito tempo no local.
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Entretanto, ele soube de uma lei antiga de Nova York que permitia alguém ficar hospedado com todo serviço de quarto incluso e pagando bem barato.
Entenda a lei que deu “brecha” para Mickey
Pela lei, ainda em vigor, hotéis de Nova York construídos antes de 1969 que cobrassem naquele ano menos de 88 dólares por semana — tarifa barata na época — teriam que dar aos hóspedes um contrato de aluguel por seis meses ou mais. O hóspede teria, então, o direito a se tornar um residente permanente.
— A legislação limita o valor que cada proprietário pode cobrar de aluguel em Nova York em certos apartamentos. É uma lei de 1969 que se aplica a diferentes lugares. E por uma brecha jurídica, os hotéis considerados baratos entraram nessa regulamentação. Aí Mickey Barreto descobriu que esse hotel tecnicamente está incluído nas regras definidas pela lei — diz David Reiss, jurista da Brooklyn School of Law.
Ele pagou US$ 200,57 por uma noite no quarto 2.565 do hotel. No entanto, ele permaneceu no local até julho de 2023, mesmo pagando por apenas uma noite. Agora, o brasileiro é investigado e pode ser preso por fraude.
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Entenda o caso
No dia seguinte à hospedagem, já ciente da brecha na lei, o brasileiro e seu sócio formalizaram uma proposta para um aluguel de seis meses no local. A solicitação, no entanto, foi recusada e, como não houve pagamento de uma nova estadia, ele precisou deixar o hotel.
Após ser despejada, a dupla buscou o Tribunal de Habitação da Cidade de Nova York, em Lower Manhattan e, em uma declaração de três páginas, defendeu que o pedido o tornava automaticamente um “residente permanente do hotel” e que a remoção de seus itens, portanto, equivalia a um despejo ilegal.
Em audiência realizada em julho, com ausência de representantes do hotel, o juiz do caso decidiu a favor de Barreto. O magistrado não apenas concordou com os argumentos do gaúcho como também ordenou que o estabelecimento “devolvesse imediatamente ao peticionário a posse das instalações em questão, fornecendo-lhe uma chave”.
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Assim, ele retornou ao hotel em poucos dias, desta vez, não como hóspede, mas como proprietário.
Em meio ao processo, no entanto, segundo a NBC News, Barreto passou a se apresentar como dono do hotel e, inclusive, a cobrar aluguéis dos hóspedes do local. E teria, também, registrado documentos falsos para obter a propriedade do prédio.
Em fevereiro deste ano, já em uma nova casa, ele enfrenta acusações na Justiça, incluindo fraude, e aguarda julgamento. Entretanto, o brasileiro diz ser inocente porque acredita ter uma imunidade especial, ao se considerar chefe de um povo indígena brasileiro e insiste que é descendente, herdeiro e sucessor de Cristóvão Colombo:
— O que eu faço não depende da fé de ninguém. Quando alguém acredita neles o benefício está na pessoa que acredita, mas não muda nada pra mim.
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