Um deputado federal evangélico e da bancada ruralista elogiou o presidente Lula e acabou despertando a ira de apoiadores bolsonaristas nas redes sociais. Otoni de Paula (MDB-RJ) foi um dos principais nomes da tropa de choque do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, mas se afastou do ex-presidente.

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Otoni fez um discurso em que fez elogios aos governos de Lula durante uma cerimônia de sanção de várias leis, incluindo uma que criava o Dia da Música Gospel. Representante da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado destacou medidas das gestões de Lula aos mais pobres.

“Eu quero encerrar dizendo que é graças à visão social de seus governos que essa gente humilde de Deus tem o poder ou tem condições de comer por causa do Bolsa Família e, onde morar, por causa do Minha Casa Minha Vida”, afirmou o parlamentar, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

O gesto foi visto como um sinal de aproximação do parlamentar a Lula. A fala foi suficiente para despertar a ira de bolsonaristas e apoiadores. No Instagram, a postagem mais recente do deputado recebeu uma onda de comentários.

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“Você é a maior decepção da direita” e “falso profeta” foram alguns dos comentários deixados por seguidores.

— Nunca fui PT, nunca fui Lula. Fui orar pelo presidente da República, e se minhas palavras foram deturpadas, o problema é de quem as deturpou — discursou.

Após a repercussão do caso, o presidente Lula disse que bolsonaristas estariam “triturando” Otoni de Paula por tê-lo elogiado durante o evento no Palácio do Planalto.

— Teve uma repercussão muito boa para mim e muito ruim para ele, porque os bolsonaristas estão triturando ele — afirmou o presidente.

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Veja fotos de Otoni de Paula

Quem é Otoni de Paula

Otoni de Paula tem 47 anos e é filho de Otoni Moura de Paulo Pai, pastor evangélico falecido que foi vereador e deputado estadual no Rio de Janeiro.

Foi eleito vereador em 2016 e deputado federal em 2018, tendo sido reeleito em 2022. A relação de Otoni com o bolsonarismo já estava abalada porque ele decidiu apoiar Eduardo Paes (PSD) na eleição para a prefeitura do Rio, enquanto o candidato bolsonarista era Alexandre Ramagem (PL), ex-chefe da Agência Brasileira de Investigação (Abin).

Após a polêmica, o pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e outra liderança do segmento evangélico, disse que o parlamentar não falaria em nome do segmento da igreja e que Otoni estaria “fazendo média” com o presidente. Malafaia tmbém chamou de “discurso absurdo” a fala de Otoni no evento com Lula.

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Em entrevista dada também após a repercussão do caso, Otoni de Paula disse que a igreja teria “erguido um bezerro de ouro” ao exaltar Bolsonaro. Ele também disse que gostaria de ser uma “ponte” para “tirar esse bezerro de ouro” construído na igreja. O deputado criticou o fato de Bolsonaro não ter aderido a uma religião evangélica mesmo com todo o apoio deste público.

“Ele não é crente, ele não aceitou Jesus. Esse tempo todo que Bolsonaro está conosco nós não fomos capazes de ganhar ele para Jesus”, afirmou, em entrevista a um canal gospel.

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