A saga romântica do casal joinvilense na década de 1990 que teve direito a furto de um cobertor em um hotel foi estrelada pelo casal Jadson Martins, de 50 anos, e Rosita Boege Martins, 47. A bordo de um Escort L 1986, viajaram por oito cidades do Brasil e pegaram a coberta durante a passagem em Fraiburgo. Mais de 30 anos depois, atualmente casados, eles resolveram devolver o item junto a um pedido de desculpas. A atitude pegou aos funcionários do local de surpresa.

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Era julho de 1993, Jadson tinha 20 anos e a namorada 17. Ele conta que havia acabado de deixar o emprego na Tupy e, com o dinheiro da rescisão, resolveu convidar a amada para viajar. Para isso, diz que pegou o carro da mãe sem avisar e partiram estrada afora, com primeira parada em Urussanga. De lá, foram para Penha e, em seguida, a Fraiburgo, já que tinham curiosidade em conhecer a “terra da maça”.

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Na cidade do Oeste catarinense, hospedaram-se no Hotel Fraiburgo, onde relata que o casal foi muito bem atendido e aproveitou o “café da manhã arregado”. No dia seguinte, com planos de irem para Brasília e com dinheiro curto, sem mais recursos para hospedagens em outros hotéis, Rosita distraiu os funcionários na recepção durante o check-out enquanto que Jadson colocou a coberta no meio das malas e levou para o carro.

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— Não saímos preparados de casa e nossos planos era começar a dormir dentro do carro. Pra isso, precisávamos de um cobertor. O travesseiro nós usávamos as próprias mochilas. Esse cobertor foi para Brasília, Belo Horizonte, São Paulo… fora as cidades menores que andamos — lembra Jadson.

Trinta anos e cinco meses se passaram e, durante uma nova passagem por Fraiburgo na quarta-feira (3), o casal resolveu devolver, finalmente, a coberta. Os funcionários do hotel contam que Jadson se aproximou timidamente da recepção, entregou a coberta dentro de uma sacola plástica e uma carta com pedido de desculpas, e foi embora, sem dizer uma palavra.

— Nos arrependemos muito. Minha esposa é extremamente envergonhada com essa questão hoje em dia, mas na época éramos jovens e a gente fazia tudo para evitar custo e gasto. Não tinha muito dinheiro, mas nós só queríamos viajar — diz.

Atualmente, o casal continua fazendo viagens, são casados e têm dois filhos. Apesar de já ter devolvido o cobertor, Jadson ainda deseja desculpar-se pessoalmente com o proprietário do local.

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Hotel vai emoldurar coberta

Trinta anos depois, o Hotel Fraiburgo tem novos funcionários e os itens oferecidos na acomodação também são outros.

Mas, em vista da atitude e história protagonizada pelo casal, Natália Latrechia, gerente do estabelecimento, diz que tanto a coberta quanto a carta serão emoldurados e exibidos na recepção.

— Nós separamos um espaço e lá teremos a coberta e a carta em um vidro — destaca a gerente.

O caso ganhou repercussão após o hotel publicar o fato nas redes sociais. Na publicação, o Hotel Fraiburgo escreve: “Somos honrados por, de alguma maneira, fazer parte dessa história e felizes pelo propósito que se cumpriu”.

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Veja o que diz a carta deixada pelo casal

“Prezado e estimado responsável pelo Hotel Fraiburgo, é com grande alegria e alívio, mas ao mesmo tempo envergonhado e arrependido, que estamos devolvendo, após 30 anos e 5 meses, o cobertor que lhe entrego em mãos”, começa o texto.

No decorrer da carta, que foi digitada em computador, ele explica que, em julho de 1993, ao fazer o check-out levou, “de forma leviana”, o cobertor para que ele e a namorada, que viajavam pelo país, pudessem dormir no carro.

“Foi uma aventura que realizamos. Éramos jovens apaixonados e com poucos recursos. Mas com muita vontade de conquistar novos lugares”, se explicou.

O homem ainda se diz “muito arrependido pelo dano causado” e pede perdão. Ao final da carta, assina Joinville como endereço de remetente.

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