A Justiça francesa condenou a 20 anos de prisão, nesta quinta-feira (19), Dominique Pelicot, que admitiu ter drogado sua mulher, Gisèle Pelicot, e recrutado mais de 50 desconhecidos na internet para que abusassem sexualmente dela ao longo de uma década. A vítima, de 72 anos, decidiu tornar o caso público neste ano para que crimes como esse nunca mais aconteçam. Com informações do g1.
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Gisèle nasceu na Alemanha, mas se mudou para a França aos cinco anos de idade. Sendo violentada por 10 anos sem saber, ela descobriu que era vítima de estupros apenas em 2020, quando Dominique foi preso por importunação sexual contra outras mulheres. O caso foi revelado após a polícia aprender um computador usado por ele e encontrar fotos da vítima sendo estuprada por vários homens.
De acordo com as investigações, Gisele foi violentada por mais de 70 homens. Destes, 50 se tornaram réus junto de Dominique e também foram condenados nesta quinta. Os outros abusadores ainda não foram identificados ou localizados pelas autoridades.
Diante do crime, Gisele podia ficar no anonimato, contudo, resolveu mostrar o rosto e exigir uma autorização de acesso público ao julgamento. Segundo os advogados, a vítima fez isso para que nenhum outro caso semelhante acontecesse.
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A rede britânica BBC elegeu ela como uma das mulheres mais influentes do mundo em 2025. A coragem de Gisele ajudou outras vítimas a denunciarem agressores, fazendo com que ela se tornasse um ícone feminista.
“Eu queria que todas as mulheres vítimas de estupro afirmassem: se a senhora Pelicot fez isso, nós podemos fazer. Não quero que (as vítimas) sintam mais vergonha, e sim os agressores”, disse ela em outubro.
Gisele conseguiu o divórcio do marido em agosto deste ano. A vítima agora usa o nome de solteira, mas pediu à imprensa que utilize o sobrenome de casada, que passou a alguns de seus sete netos.
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