Camila Fraga. Essa tem sido a resposta mais frequente quando pergunto quem assinou o elegante vestido da noiva recém-casada e que me chega na imagem captada para a publicação social na coluna diária. Resolvi conferir quem é a jovem designer que, com apenas cinco anos no mercado, abocanhou uma generosa fatia do closet de festas das catarinenses.
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No romântico ateliê no bairro Campinas, onde nada se parece com o caótico entorno da rua, o delicado décor em estilo Ladurée casa perfeitamente com a personalidade doce da nossa personagem. Entre zibelines, rendas e tafetás, Camila se movimenta com naturalidade. É dali que saem os vestidos que enfeitam noivas, madrinhas e convidadas de algumas das festas mais glamorosas do Estado. Mas que a delicadeza de Camila não se confunda com fragilidade. Ao contrário, a designer de apenas 30 anos conquistou com bravura seu lugar ao sol em um segmento fechado, formado por concorrentes com 30 anos de experiência. Além de obstinação e talento, a designer contou com a providencial ajuda da madrinha, a experiente estilista e dona de loja Nilma Vieira, com quem estagiou e de quem recebeu orientações preciosas sobre a profissão.
Tão predestinada estava a designer formada na Udesc, que o ateliê de reformas montado graças a ajuda de amigos e familiares, em 2010, não chegou a arrematar uma bainha sequer. Logo que abriu, a prima que preparava uma grande festa de casamento trouxe seis madrinhas e mais um monte de convidadas.
– Até hoje não sei como consegui entregar aqueles vestidos. Foi uma loucura, todo mundo ajudou. Mas me agarrei naquela oportunidade e foi o maior sucesso. A partir dali não parei mais. Eu nunca fiz uma reforma – diverte- se a moradora de Jurerê superantenada em moda.
O estilo clássico com um toque moderno, aquela pitada autoral de frescor e jovialidade, agradou em cheio as noivinhas que querem ousar mas quase nunca abrir mão da tradição. O resultado é um portfolio de vestidos muito bem cortados e enfeitados com bordados, transparências e rendas.
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– Sempre trabalhei com bordados mais sutis, mas de um tempo para cá o mercado tem me pedido bordados mais pesados. Elas querem vestidos cada vez mais brilhosos – diverte- se Camila, testemunha de um universo feminino de muita concorrência, na linha ” eu quero brilhar muito mais do que a fulana”.
Hoje com mais de 20 funcionárias – entre elas costureiras e bordadeiras experientes com quem divide os créditos do sucesso – e Camila segue humilde e cautelosa e aposta no planejamento estratégico para evoluir com mais organização nos próximos anos. Mas os pés no chão não a impedem de sonhar.
– Meu objetivo é que o ateliê trabalhe cada vez mais com o mercado de luxo, com mais qualidade do que quantidade. Sonho que tenhamos destaque nacional e que, em invés de as pessoas irem a São Paulo fazer vestidos, venham para Floripa. Marco Favero