O deputado estadual de Santa Catarina, Bruno Souza (Novo), está no centro da polêmica envolvendo a tramitação do projeto do ICMS, que seria votado na tarde desta quarta-feira (28). O projeto pode impactar diretamente no preço de itens como o leite e o trigo em Santa Catarina, mas envolve também o setor de bares e restaurantes.
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O político recorreu ao pedido de vista negado pela Comissão de Finanças que, ao ser acatado pela Justiça, motivou a suspensão da votação na Assembleia Legislativa do Estado (Alesc).
O deputado, que é administrador e contador de formação, entrou efetivamente na política há cerca de seis anos. Em 2016 foi eleito vereador de Florianópolis – pelo PSB – e em 2018 se elegeu deputado estadual com 32.512 votos.
Segundo o partido Novo, do qual o político faz parte desde 2019, Souza entrou para a política a fim de “defender a maior parte da população que paga conta do que é decidido na política”.
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O projeto que teve votação suspensa nesta quarta propõe a redução do ICMS do leite e coloca o produto de volta na lista de itens da cesta básica. Para a farinha de trigo, o projeto propõe benefício fiscal na forma de crédito presumido aos fabricantes do produto no Estado.
O deputado foi responsável por uma emenda dentro do projeto, não aprovada pelo governador Carlos Moisés, que reduzia a aliquota do imposto de bebidas para empresários do setor de bares e restaurantes.
Segundo o que divulgou a colunista do NSC Total, Dagmara Spautz, o argumento das bancadas é de que a manobra do deputado atrasa a possibilidade de redução do ICMS em troca de negociar menos impostos para bebidas vendidas em estabelecimentos de alto padrão. A Alesc recorreu ao aceite da Jusitça e pede para que se manifeste rapidamente.
> Dagmara Sputz: confusão em Comissão na Alesc mirou em álcool mas acertou no leite
Outros projetos envolvendo o deputado
Bruno Souza foi relator de outros projetos e se envolveu em outras polêmicas. Em 2021, o deputado foi o único político que se manifestou contrário a PEC do aumento salarial dos professores em Santa Catarina, aprovada pela Alesc na época.
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Em dezembro do ano passado, Souza também foi contrário ao projeto que permite pessoas tatuadas na carreira militar em Santa Catarina. Apesar de aprovada pela Alesc, teve três votos contrários, o de Bruno Souza, Sargento Lima e Jessé Lopes.
O político foi o deputado responsável pelo projeto que liberou o uso de máscaras por crianças nas escolas de SC, no início deste ano, e apresentou o PL que regulamenta o ensino domiciliar em Santa Catarina. O projeto desobriga os pais a matricularem os filhos em uma escola. O texto está em vista com a deputada Ana Campagnolo.
Entenda os próximos passos da votação do ICMS
Se o recurso da Assembleia para voltar a analisar o projeto for negado, a Comissão de Finanças e Tributações terá que votar novamente o relatório. Segundo a Alesc, a análise dos deputados pode durar até quatro reuniões ordinárias, que corresponde a 30 dias.
Por se tratar de matéria tributária, a proposta do Executivo precisa ser analisada pela Comissão de Finanças. Depois disso, será votado tanto o pedido de vista quanto o relatório no âmbito na Comissão. A votação em plenário é o passo seguinte.
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Caso a Justiça aceite a liminar, o projeto volta ao rito normal e deve ser votado no plenário com o texto aprovado pela quarta comissão.
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