A ex-diretora da Americanas, Anna Christina Ramos Saicali, teve o passaporte retido ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, nesta segunda-feira (1º). Ela foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra o esquema de fraudes nas Lojas Americanas. As informações são do g1.
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Depois de ter a prisão revogada, Anna, que estava em Lisboa, Portugal, retornou ao Brasil nesta segunda. Ela desembarcou por volta das 6h40 e foi para a Delegacia Especial da Polícia Federal, dentro do aeroporto. Por volta das 7h50, ela deixou o aeroporto por uma saída lateral exclusiva, sem contato com a imprensa.
Anna trabalhou nas Americanas por 27 anos, entre os anos de 1997 e 2023, momento em que foi afastada das funções. Ela é formada em artes plásticas e finanças corporativas, conforme o seu perfil do LinkedIn. Na Americanas, Anna passou por diferentes setores, e teve como foco de atuação a área de tecnologia.
A ex-diretora foi uma das responsáveis pela fusão entre as Americanas, Shoptime e Submarino, criando a B2W – empresa especializada em comércio eletrônico. Além disso, ela ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração até 2021 e foi fundadora da AME Digital, fintech da Americanas.
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Ao chegar no Brasil, o passaporte de Anna foi retido, já que ela está proibida de deixar o país, conforme decisão judicial. A executiva chegou a ser incluída na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.
As investigações apontam que as fraudes em que Anna estaria envolvida nas Lojas Americanas chegam ao valor de R$ 25 bilhões. O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro afirmou que a ex-diretora “tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício” da Americanas.
Operação da PF
Na última quinta-feira (27), 15 mandados de busca e apreensão forma cumpridos contra ex-executivos das Americanas. Os mandados fazem parte da Operação Disclosure, que ainda determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens.
O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso na sexta-feira (28), um dia após ter sido encontrado em Madri. Ele vive no país desde que o escândalo da Americanas veio à tona.
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Já Anna estava sendo procurada pois havia viajado para Portugal no dia 15 de junho. Equipes atuavam nas buscas, porém Anna decidiu se entregar à Justiça e foi levada pela Interpol até o Aeroporto de Lisboa.
A prisão preventiva foi substituída por medidas judiciais, como a volta ao Brasil e entrega do passaporte. O pedido foi da própria Polícia Federal, e teve decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho. Dessa forma, ela fica proibida de se ausentar do país.
O que diz a empresa?
A Americanas divulgou a seguinte nota:
“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”
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