Amanda Gomes é uma das bailarinas da nova geração brasileira que mais desponta entre as estrelas do balé mundial. No último fim de semana, ela recebeu uma nova premiação importante: ao lado do bailarino joinvilense Wagner Carvalho, ganhou o Grand Prix no concurso Bolshoi Ballet (também conhecido como Big Ballet), um disputado programa de TV da Rússia que reúne os melhores bailarinos das grandes companhias de balé da Europa e dos Estados Unidos.

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A jovem de 23 anos é natural de Goiânia (GO), mas mudou com a família para Joinville aos dez anos de idade ao ser selecionada em uma audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Mesmo depois que ela partiu para seguir sua carreira como bailarina, os pais dela permaneceram na cidade, e em Joinville nasceu sua irmã caçula, Isabella.

Ainda na Escola Bolshoi, onde ingressou na primeira série, ela já demonstrava talento e precocidade além de seus anos. Pulou duas séries dos oitos anos necessários para a formação completa na instituição e foi a aluna mais jovem a se formar na história da escola, aos 16 anos.

Foi também a mais jovem contratada da Cia. Jovem Bolshoi Brasil, companhia semiprofissional mantida pela Escola Bolshoi, e já atuava como bailarina profissional ao mesmo tempo em que concluía o Ensino Médio, assumindo os papeis principais nos grandes espetáculos da instituição.

Neste período, aliás, começou sua coleção de premiações. Antes mesmo de se formar, em 2010, levou o prêmio de bailarina revelação no International Ballet Competition, nos Estados Unidos — quando tinha apenas 15 anos.

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Já atuando na Cia. Jovem Bolshoi Brasil, em 2012, ganhou o primeiro lugar feminino e o prêmio de melhor bailarina do Festival Internacional de Dança de Goiás, no Brasil; e a medalha de ouro na Competição Internacional de Balé em Istambul, na Turquia.

Em 2013, Amanda conquistou o primeiro lugar na famosa competição internacional Youth America Grand Prix (YAGP), em Nova Iorque, como Melhor Pas de Deux. No mesmo ano, chegou à grande final da 12ª edição do Moscow Ballet Competition, na Rússia.

Em 2014, ganhou medalha de ouro, prata e bronze no concurso Russian Open Ballet Competition, mais conhecido como "Arabesque – 2014", em Perm, na Rússia. Como consequência, recebeu convites para participar de galas nacionais e internacionais como bailarina convidada.

Em seguida, foi contratada como solista pela Ópera e Ballet de Kazan, teatro tradicional da Rússia. Já no ano de 2015, foi especialmente convidada pelo russo Vladimir Vasiliev, considerado o bailarino do Século 20 em título concedido pela Unesco, para dançar no papel de solista do espetáculo Dona Nobis Pacem, realizado em comemoração aos seus 75 anos de idade e 50 anos de carreira no Teatro Bolshoi, em Moscou.

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Ainda em 2015, a revista Forbes a incluiu na lista dos 30 destaques do Brasil abaixo de 30 anos. A revista escolheu 30 jovens com menos de 30 anos que estão reformulando, atuando com motivação e responsabilidade em suas áreas de trabalho.

Em 2016, Amanda conquistou a medalha de ouro no 26º Varna International Ballet Competition, na Bulgária. O concurso é conhecido como as Olimpíadas do Balé, a mais antiga e uma das mais importantes competições de Balé Clássico do mundo, e que estava a duas edições sem conceder o grande prêmio de primeiro lugar. Grandes estrelas do balé, como Ekaterina Maximova e Mikhail Baryshnikov haviam realizado este feito no passado, e Amanda foi a primeira brasileira a receber esta premiação.

O prêmio na Bulgária lhe rendeu ainda mais reconhecimento internacional e ela foi convidada para fazer o papel principal em um dos espetáculos apresentados pelo Ballet Nacional de Sophia, na Bulgária, no ano seguinte.

Em junho de 2017, a jovem brasileira surpreendeu novamente ao conquistar medalha de prata na Rússia, no 13º Moscow International Ballet Competition, uma das maiores e mais importantes competição do balé clássico mundial. A medalha de prata foi a maior premiação do concurso, pois não houve premiação com o ouro naquela edição.

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Em junho de 2018, ela foi uma das indicadas ao Prêmio Benois de La Danse, considerado o "Oscar da Dança", por sua performance como protagonista do balé Esmeralda na temporada de 2017, já como primeira bailarina da Ópera de Kazan.

Completando o ciclo, Amanda e Wagner, que também é formado pela Escola Bolshoi Brasil e atua como solista na Ópera de Kazan desde 2016, mostraram talento e técnica para receber a maior pontuação do concurso Bolshoi Ballet. Durante sete episódios, os bailarinos concorreram com profissionais de teatros da Rússia e dos Estados Unidos e precisaram mostrar que são bons não só na dança clássica, mas em outros gêneros modernos da dança.

— Foi um acontecimento maravilhoso e muito abençoado por Deus, principalmente por trazermos mais um título inédito para o Brasil e também para a Ópera de Kazan — afirma a jovem.