Samira Monti Bacha Rodrigues é suspeita de desviar cerca de R$ 35 milhões de três empresas diferentes e de fazer lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Civil, a empresária usava o recurso desviado para viver uma vida de luxo. Ela foi presa nesta quarta-feira (26) enquanto estava em seu apartamento, em Belo Horizonte, Minas Gerais. As informações são do g1.
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A socialite, de 40 anos, começou a cometer as fraudes em 2020, dois anos após se tornar uma das donas de uma administradora de cartões de benefícios, a convite de um amigo. Samira faz parte do quadro societário de vários negócios na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
— Ela começou aumentando o crédito que tem no cartão. Cada cartão tem um limite para fazer compra, e ela percebeu que podia aumentar o limite e gastar o cartão. Depois, ela mesma apagava, tirava a dívida do sistema — explicou o delegado Alex Machado, da delegacia especializada no combate a crimes tributários.
Alta sociedade
Samira é registrada pela Receita Federal como sócia de quatro empresas de soluções financeiras e investimentos, uma consultoria e uma joalheria. Segundo as investigações, ela se aproveitava da posição de gestora para aplicar os golpes.
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Ao longo do período das fraudes, a empresária passou a frequentar a “alta sociedade” de Belo Horizonte. Ela realizava diversas viagens internacionais para comprar artigos de luxo e chegou a gastar US$ 148 mil em joias em Dubai. Além disso, no momento da prisão, a empresária estava no apartamento dela, avaliado em R$ 6 milhões. O imóvel fica em um condomínio de alto padrão.
No local, a polícia encontrou dezenas de bolsas de grifes, relógios de marcas famosas, equipamentos eletrônicos, dinheiro em espécie, uma pulseira de diamantes com certificado de originalidade e um carro de R$ 600 mil. O valor de todo material apreendido é estimado em R$ 15 milhões.
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Como ela atuava
A socialite, segundo o delegado Alex Machado, cooptava funcionários da empresa de cartões de benefícios e os fazia maquiar planilhas. Depois disso, passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em crédito para a classe médica, com valores maiores.
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— Ela começou a fraudar esses cartões médicos, aumentar os limites e cooptar novas pessoas. Ela descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar dos sistemas essa dívida — disse o delegado.
Samira também passou a atuar em uma empresa voltada para a antecipação de recebíveis.
— São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela. Ela já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse. Por sorte, foi descoberta por um funcionário — falou.
A mulher foi denunciada pelos sócios após a descoberta. Segundo a Polícia Civil, a suspeita chegou a devolver ao grupo parte do dinheiro, mas, posteriormente, passou a negar os desvios e ocultar o restante. Ao todo, a polícia apreendeu cerca de R$ 15 milhões em bens. Dos 11 presos, cinco foram liberados.
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