— Jamais imaginei que ia acontecer algo assim, justamente em um ano tão louco.
Continua depois da publicidade
A blumenauense Daphne Eduarda Labes, 22 anos, ainda está digerindo tudo que viveu no palco do The Voice Brasil, da Rede Globo. Na semana retrasada o programa exibiu a primeira participação dela, quando todos os quatro jurados viraram a cadeira para a cantora. Ela escolheu como “técnica” a única mulher entre os avaliadores, Iza.
> Receba notícias por WhatsApp. Clique aqui e entre no grupo do Santa
Daphne mora em Balneário Camboriú, mas nasceu e viveu em Blumenau até os 18 anos. Conta que as aulas de canto que teve na cidade natal foram fundamentais para a carreira dela. Do coral da Universidade Regional de Blumenau (Furb), que fez parte a partir dos 14 anos, guarda um carinho especial. Com a participação, ganhou também uma bolsa de estudos e concluiu o Ensino Médio na Escola Técnica do Vale do Itajaí (Etevi).
Antes disso, Daphne estudou nos colégios Elza Pacheco e Machado de Assis. Filha de autônomos, a jovem sempre recebeu apoio em casa e começou cedo a procurar um espaço no mercado da música. Aos 11 anos fez o primeiro show em um evento de moda. Trabalhou como modelo, maquiadora e chegou a dar aula de passarela. Ainda na adolescência, cantava em bares e restaurantes do município com o violão.
Continua depois da publicidade
> Lancha pega fogo no Litoral de SC e tripulantes são resgatados no mar; veja vídeo
Sertanejo, funk, pop… Daphne tocava conforme o gosto do público. Eclética, a paixão pela música eletrônica aconteceu justamente quando deixou Blumenau, em uma festa no litoral. Ela aprendeu a utilizar o equipamento e se tornou DJ. Ou seja, há quase quatro anos canta e toca ao mesmo tempo nas noites de clubs em diversos cantos do país, mas principalmente no Sul. O objetivo de ir ao The Voice era justamente o de dar visibilidade ao estilo que tanto gosta:
— A ideia era expandir um pouco o meu projeto solo e levar a música eletrônica para o outros estados. Meu maior sonho é poder viver só de música, não importa onde, quando e como — deseja.

Nessa caminhada, Daphne já teve algumas decepções. Uma delas resultou na mudança a Balneário Camboriú: quando foi até um dos bares de Blumenau onde tocava, ouviu do dono do estabelecimento que um DJ do litoral fora contratado e a substituiria a partir daquele momento. A cantora, que dependia do dinheiro, foi para casa chateada.
> Conheça 23 cidades de SC que estão há 10 anos sem registrar assassinatos
— Aquilo me doeu tanto, foi a gota d’água. Eu estava me jogando de cabeça na música e algumas vezes presenciei essa desvalorização dos artistas locais. Decidi então ir para Balneário Camboriú — lembra.
Continua depois da publicidade

A vida em Blumenau
Daphne vivia no bairro Vila Nova com os pais e dois irmãos mais novos. Foi rainha da festa Pomerana entre 2017 e 2018 para alegrar os avós, que vivem na cidade vizinha e, assim como boa parte da família da cantora, têm forte vínculo com as tradições germânicas e os clubes de caça e tiro.
Quando passou a coroa, Daphne cantou uma música eletrônica no palco. Foi a primeira vez que a festa Pomerana presenciou uma troca de reinado com direito à apresentação de uma ex-rainha.
> 10 lugares para conhecer em Santa Catarina
A mãe de Daphne, Anair Merci Dickmann, foi princesa da Oktoberfest Blumenau em 1997, um ano antes da filha mais velha nascer. Diferente da mãe, Daphne não chegou a tentar o reinado em solo blumenauense.

Da vida em Blumenau Daphne destaca os dias que viveu no coral, as aulas do Teatro Carlos Gomes e as pessoas que conheceu nesses estudos. Essa foi a terceira vez que a blumenauense se inscreveu para o The Voice. Antes, não havia passado da etapa regional. Faltou preparação, sobrou nervosismo, resume.
Continua depois da publicidade
> Estudante de Blumenau Maria Lina publica vídeo com Whindersson Nunes nas redes sociais
Já na última participação, gravada há mais de um mês, Daphne estava tranquila. De coração aberto, quer se desafiar. Se chegar à final, melhor. Mas garante que a passagem pelo programa já valeu a pena: o carinho e reconhecimento que tem recebido são enormes. O que vier além disso, em um ano tão difícil para a classe artística por conta da pandemia do coronavírus, é lucro.