O ministro assistente de Comércio da China, Yu Jianhua, afirmou que qualquer queixa relacionada ao câmbio registrada na Organização Mundial de Comércio (OMC) teria de ser antes levada ao conhecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em uma entrevista, Yu lembrou o artigo 15 do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês), segundo o qual as questões relativas ao câmbio devem ser revistas pelo FMI.

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– Faremos nossa voz ser ouvida sobre esta questão – disse o ministro assistente.

No começo desta semana, o Brasil pediu que a OMC permita a adoção de “mecanismos de defesa” contra importações que se beneficiam de moedas artificialmente baratas. Embora não tenham se referido especificamente à China, as autoridades brasileiras da área de comércio exterior observaram que a China se tornou o principal competidor do Brasil em todos os produtos.

Sob as regras do GATT, todos os casos relativos a reservas monetárias, balanços de pagamentos ou arranjos cambiais exigem consulta ao FMI. Os princípios e acordos do GATT foram adotados pela OMC.

– Questões de comércio não devem ser politizadas – disse Yu, ao observar que alguns países abusaram das regras da OMC.

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Para o ministro assistente da China, moeda e comércio são assuntos diferentes. Ele disse que a China precisa considerar os interesses das suas companhias de comércio exterior, especialmente as pequenas e médias, ao estabelecer suas políticas relacionadas ao câmbio.

– As empresas chinesas de comércio exterior enfrentam pressões crescentes do protecionismo, da alta das matérias-primas e da elevação dos custos trabalhistas – afirmou, sugerindo que a China pode não ter mais espaço para permitir a apreciação da sua moeda, apesar dos pedidos de vários países.