O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não garantiu que irá habilitar novos leitos de Unidade de Terapia Intesiva (UTI) em Santa Catarina ao ser questionado pela imprensa em visita a Blumenau, na manhã deste sábado (18). O Estado registra superlotação dos hospitais, com fila de espera por uma vaga de internação.

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— Essa questão das dificuldades com leitos de terapia intensiva não é de agora. Antes da pandemia, ela já existia. Nós já ampliamos os leitos e, além disso, equipamos eles, com respiradores, bombas de infusão, monitores e com financiamento de mais de R$ 1,2 bilhão — afirmou Queiroga, que visitou o complexo Renal Vida em Blumenau.

O montante sobre o qual ele se refere foi anunciado em abril para financiar 6,4 mil leitos em todo o país durante um ano. As vagas eram destinadas anteriormente aos pacientes de Covid-19 e acabaram convertidas em leitos convencionais de UTI.

O ministro disse considerar que o Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado já tem uma boa estrutura e se limitou a dizer que segue critérios técnicos ao ser mais uma vez questionado sobre a possibilidade de ampliar os leitos em Santa Catarina.

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— O Estado de Santa Catarina tem condições de dar uma boa resposta para a sua população — afirmou Queiroga, contrariando demanda do governo estadual.

Na semana anterior, a gestão Carlos Moisés (Republicanos) anunciou que iria ativar 114 novos leitos hospitalares, custeados por parte dos R$ 40 milhões previstos em um recente pacote de ações associado ao decreto de situação emergencial no Estado.

A gestão Moisés afirmou, na ocasião, que negociava com o governo federal a habilitação permanente ao menos de parte dos novos leitos, o que dependeria de recursos da União, e mencionou uma reunião com Queiroga. O Diário Catarinense procurou o ministério à época, mas não obteve resposta, o que o ministro assumiu agora.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou, à reportagem, que havia oito pacientes à espera de uma vaga em UTI em Santa Catarina na manhã deste sábado. Entre eles, três são bebês e dois aguardavam leitos pediátricos. Os demais são adultos.

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Na visita a Blumenau, o ministro também tratou de um projeto do Hospital Santa Isabel para a criação de um novo complexo de transplantes, com previsão de ser inaugurado em 2026. Queiroga elogiou os esforços da unidade em oferecer transplantes de órgãos, mas também não confirmou repasses para a iniciativa, que custaria R$ 80 milhões.

— Eu não vou solicitar mais recursos para o ministro Paulo Guedes, que tem sido muito solícito conosco, enquanto não tivermos mais eficiência nas políticas públicas, porque os recursos são finitos e a sociedade vai pagar por isso.

Ainda neste sábado, o ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) irá visitar o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Tubarão, no Sul do Estado.

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