Na última década, o número de fumantes no Brasil caiu. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo caiu 35% desde 2010. Na contramão, segundo o Vigitel, sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, o consumo abusivo de álcool estabilizou, e há uma tendência de aumento entre mulheres jovens, conforme reportagem do g1.

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Mariana Thibes, doutora em Sociologia e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), afirma que essa é uma tendência mundial, e tem relação com mudanças sociais ao longo das décadas, principalmente no comportamento entre homens e mulheres.

Tabagismo caiu desde 2006

Os dados da Vigitel mostram que a tendência de queda do tabagismo vem desde 2006, quando a pesquisa começou. Naquele ano, 15,7% da população brasileira fumava. Em 2023, esse número estava em 9,3%. A pesquisa é feita com adultos nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

5 atitudes para ajudar a combater o tabagismo

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— Há uma redução no número de fumantes no Brasil, mas é importante sempre lembrar que precisamos ficar vigilantes e que o trabalho precisa continuar. Tivemos uma queda mais drástica no número quando as políticas públicas começaram. Precisamos sempre reforçar as medidas e continuar nessa tendência —alerta Vera Lúcia Borges, técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do INCA.

Ela relaciona a queda às políticas públicas implementadas no país, e ainda lembra que o Brasil também cuida de quem quer parar de fumar, com um tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).

No Brasil, o tabagismo e a exposição passiva causam 156 mil mortes por ano, além de também serem responsáveis por cerca de 50 doenças, entre elas o câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares.

Consumo de cigarros eletrônicos aumenta

Já o número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou no Brasil: em 2018, eram 500 mil usuários, e em 2022 o número chegou a 2,2 milhões, segundo o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC). A venda é proibida desde 2009.

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— O cigarro eletrônico é sedutor para a população jovem, com design moderno, com cheiro bom, gosto bom, a pessoa acha que não faz mal. Liberar o cigarro eletrônico pode ser um retrocesso. A manutenção da RDC nº 46/2009 é fundamental para que o Brasil continue avançando. Não dá para baixar a guarda porque a indústria do tabaco não brinca — completa Vera Lúcia Borges.

Consumo abusivo de álcool

A pesquisa da Vigitel considera consumo abusivo quando a mulher ingere quatro ou mais doses e o homem ingere cinco ou mais doses em uma mesma ocasião, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias anteriores à data da pesquisa. Uma dose, no Brasil, equivale a 14 gramas de álcool puro, ou seja, 350 ml de cerveja, ou 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado.

O que acontece no organismo quando ingerimos álcool

— 75% das pessoas que fazem o uso abusivo acham que o uso é moderado. Elas pensam que abusivo é alcoolismo, mas não é. O alcoolismo é a ponta do iceberg, quando o problema se torna grave e crônico, e não é do dia para a noite que isso acontece — alerta Mariana Thibes, coordenadora do Centro de informações Sobre Saúde e Álcool (CISA).

De uma maneira geral, os números subiram nos últimos 15 anos, mas sem variação significativa: de 17,2% para 20,8%. Separando os percentuais por sexo, houve aumento maior entre as mulheres — de 9,6% em 2008 para 15,2% em 2023. Entre os homens, a variação foi bem menor: de 26,1% para 27,3%.

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Entenda como o álcool afeta o cérebro humano

Segundo a OMS, o uso nocivo do álcool é responsável por três milhões de mortes por ano. O consumo de bebida alcoólica é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões. Segundo Mariana Thibes, é preciso olhar um conjunto de fatores para entender o impacto que o álcool terá na saúde: sedentarismo, alimentação e níveis de estresse, entre outros aspectos.

— O álcool no organismo pode levar a uma cirrose hepática, úlceras, câncer de garganta, neuropatias e dependência — completa Marcia Oliveira, assessora técnica do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

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