A redução das tarifas de energia, decorrente da renovação das concessões e corte dos encargos setoriais, altera a competitividade da fonte solar no curto prazo e pode retardar a realização de um leilão de energia solar, segundo o diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Amilcar Guerreiro. Ele salientou, porém, que as condições de inserção desta fonte na matriz energética nacional permanece para os próximos anos.
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– É claro que, com a redução das tarifas, a energia solar perde um pouco a competitividade, mas as condições de inserção permanecem válidas, porque há uma tendência estrutural de queda do custo dos painéis fotovoltaicos – comentou, após participar da conferência O Futuro Solar: Brasil, nesta quinta-feira em São Paulo.
Ele citou estudo feito pela EPE sobre o potencial solar do Brasil, que mostrou que atualmente já existem áreas de concessão de distribuição com tarifas mais altas que o custo do MWh solar estimado, o que poderia estimular, principalmente, projetos de geração distribuída, ou seja, pequenas unidades localizadas perto das áreas de consumo. Vale ressaltar, porém, que o levantamento foi feito sem levar em consideração a prevista redução da tarifa e novos cálculos deverão ser feitos.
Ainda conforme o estudo, no caso de grande projetos de geração solar, o custo da energia solar fotovoltaica ainda é muito elevado, da ordem de R$ 405 por megawatt-hora (MWh), significativamente superior ao preço médio obtido no último leilão de energia nova, realizado em novembro do ano passado, da ordem de R$ 100/MWh.
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