Embora ainda restem diversas incógnitas na tragédia que levou à morte de um menino de três anos no começo da tarde desta quarta-feira, em São José, o delegado responsável pela apuração inicial do caso está certo que se trata de uma queda acidental.

Continua depois da publicidade

A criança estava com o irmão gêmeo no parquinho do condomínio dos avós, no bairro Campinas, quando pegou o elevador de um dos blocos e subiu até o sétimo andar. Do corredor, ela teria caído de uma janela, sendo encontrada na garagem do edifício em seguida.

Pelas gravações da câmera de segurança é possível ver o menino entrando no elevador sozinho por volta das 12h45min. O bloco em que ele entra não é o mesmo que os avós moram.

Em seguida, aperta vários botões, até que o elevador para e ele desce. Este é o último registro do menino que a polícia obteve até o momento, já que o monitoramento do corredor é feito por uma segunda empresa, que ainda não repassou possíveis filmagens do local.

Continua depois da publicidade

A polícia trabalha com a hipótese de que o garoto tenha subido no batente que dá para uma janela de ventilação, virada para a rua, de onde se consegue ver o parquinho. Para o delegado Manoel Galeno, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de São José, já é possível afirmar que se trata de um acidente.

– É preciso ouvir as testemunhas e os familiares para averiguar com quem a criança estava. Há informações de que ela estava no parquinho sozinha, e de que ela estava acompanhada de um adulto – afirmou.

Família de mudança para Turquia

De acordo com o Samu, socorristas tentaram reanimar a criança por meia hora, porém sem sucesso. O caso segue agora para a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de São José, que coletará os depoimentos e concluirá a investigação.

Continua depois da publicidade

Socorristas do Samu se emocionaram durante o atendimento. Foto: Betina Humeres/Agência RBS

O síndico do condomínio, Thiago Paulo, diz que a criança não morava no prédio e estaria apenas visitando parentes para se despedir. A família do menino estaria de mudança para a Turquia nos próximos dias. Já o pai estava em Porto Alegre quando foi avisado do acidente.

À noite, o síndico enviou uma mensagem aos condôminos pedindo que evitassem comentar o caso com os vizinhos, o que poderia causar ainda mais dor aos familiares:

– Estamos todos estarrecidos e emocionalmente abalados, mas firmes no propósito de estar sempre a disposição da família, que encontra-se desolada.

Continua depois da publicidade

:: Cuidados com crianças em áreas comuns dos prédios:

? Playgroud: Os brinquedos devem estar dentro da norma ABNT NBR 16071 e serem inspecionados uma vez por ano. A ABNT também determina regras para evitar que materiais nocivos ou que produzam lascas, por exemplo, sejam utilizados.

Mesmo assim, adultos devem monitorar crianças pequenas enquanto elas brincam em áreas de uso comum para evitar que as crianças se percam ou se envolvam em acidentes, desentendimentos entre elas mesmas ou até sofram um sequestro.

? Escadas do prédio: Embora a escada de um prédio não seja o lugar para se brincar, é importante mantê-la bem iluminada e desobstruída para evitar acidentes. Crianças devem ser orientadas de forma clara sobre os riscos de correr numa escada.

Continua depois da publicidade

Importante lembrar que as quedas em geral (de janelas, escadas, árvores) são a principal causa de atendimento de crianças de 0 a 9 anos no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde.

? Piscina: Crianças não devem ficar desacompanhadas na piscina, mesmo que o nível da água seja baixo. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) diz que menores de 4 anos devem ser monitorados em qualquer tipo de recipiente com água, seja uma banheira, uma piscina ou um vaso sanitário. O órgão também recomenda cercas altas, portão com fechadura e alarme.

? Elevadores: Às vezes, crianças não reconhecem o risco de pular ou brincar dentro de um elevador. Já existem leis em diversas proibindo crianças menores de 10 anos de pegarem elevador sem um adulto.

Continua depois da publicidade

Em São Paulo, por exemplo, o município proíbe a prática e ainda determina que todos os elevadores disponham de placas avisando que “a criança não tem altura ou discernimento suficiente para acionar o botão de alarme em caso de emergência”.

? Estacionamento: Além de oferecerem diversas brechas para brincadeiras perigosas, os estacionamentos são locais particularmente perigosos para crianças desacompanhadas. Motoristas manobrando o carro têm muito mais dificuldade em enxergar os pequenos.

De acordo com a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), atropelamentos de crianças durante as manobras – mesmo a baixas velocidades – acontecem com frequência e podem mesmo ser fatais. Mesmo na garagem de casa ou em parques maiores, certifique-se que todas as crianças estão afastadas.

Continua depois da publicidade