A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira que a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB deve servir de alerta aos brasileiros.

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– Mostra que temos um pé de barro na gestão pública – afirmou, evitando opinar se o caso tem poder para desestabilizar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) e levar as eleições para o segundo turno.

Durante passagem por São Paulo, onde gravou seu programa de TV para o horário eleitoral gratuito, Marina lembrou que não só pessoas ligadas ao PSDB, mas milhares de pessoas tiveram seu sigilo violado, o que, na sua opinião é um desrespeito ao cidadão brasileiro.

– Se isso teve finalidade política, é grave – criticou. – Se não teve, se é um descontrole, um desmando geral, é gravíssimo e precisa de uma atitude correta por parte de todos os agentes públicos e, principalmente, daqueles que têm a responsabilidade de esclarecer, punir e investigar um fato como esse.

Questionada se a confirmação de que as pessoas envolvidas na quebra de sigilo são filiadas ao PT não caracteriza a quebra de sigilo com finalidade política, Marina afirmou que o envolvimento de pessoas ligadas a partidos só faz com que aumente a necessidade de investigação do caso.

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– Sendo ou não fato político é grave, precisa de punição – disse.

Para a candidata do PV, o assunto não pode ser banalizado pelo seu viés político e não pode ser negligenciado porque representa um desrespeito à sociedade brasileira e às instituições públicas.

– Eu acho que uma investigação precisa ser feita e não pode ser apenas pelo interesse conjuntural da eleição, mas pelo respeito institucional do bom funcionamento das instituições públicas, da gestão pública de qualidade – disse.

Polarização

Marina avaliou ainda que o debate do caso entre a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, José Serra, polariza o cenário eleitoral.

– Eu diria que esse é o pior dos mundos. Lamentavelmente, as discussões estão indo para um caminho que não é discutir o que interessa ao Brasil e aos brasileiros. É o que interessa para alguém ganhar as eleições, se fazer de vítima, de acordo com as circunstâncias, para ganhar mais simpatia do eleitor.

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Marina afirmou ainda que prefere que o eleitor faça sua escolha olhando para a trajetória, a visão de mundo e as propostas de cada candidato.

– É com isso que eu cheguei aos 10% (de intenção de voto), com uma política séria que quer discutir o Brasil – declarou.