Paulo Mattos

Presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul

Em palestra recente a convite da Acijs, o ex-ministro Mailson da Nóbrega apresentou um cenário de incertezas quanto ao futuro do País e de alertas muito significativos em relação aonde poderemos chegar.

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A principal mensagem é a de que o Brasil precisa retomar um círculo virtuoso de crescimento, porém com responsabilidade e sem derivar para o que o ex-ministro define como populismo econômico.

O País deve trilhar um caminho que estimule a produtividade e que passe pela solução de gargalos que ao longo dos anos têm tolhido o seu desenvolvimento.

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Há a expectativa de que o Brasil vença as dificuldades do momento em que se projeta um crescimento no seu Produto Interno Bruto de apenas 0,6% neste ano.

Independentemente de quem esteja no governo, o País precisa traçar uma perspectiva de estímulo à produção que leve ao pleno desenvolvimento.

Nesse sentido, os investimentos em infraestrutura são determinantes, mas precisam ser acompanhados de uma gestão pública eficiente e capaz de aplicar corretamente os recursos oriundos da arrecadação.

Não é concebível que um país que conta com uma das mais altas cargas tributárias do planeta não resolva questões cruciais para o seu crescimento, como é o caso das rodovias, e que não tenha um sistema ferroviário eficiente.

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Enquanto o Brasil tem 200 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, a Índia, que ainda utiliza mão de obra manual para pavimentar estradas, tem oito vezes mais que nós.

Não se sabe ao certo para onde vão os recursos, como no caso da região de Jaraguá do Sul, que arrecadou de 2008 a 2012 mais de R$ 7 bilhões de impostos estaduais e federais e não consegue viabilizar uma obra que é imprescindível para milhares de contribuintes.

É inadmissível que continuemos com um quadro em que a cada dia útil são editadas 46 novas normas tributárias nos três níveis de administração sem uma contrapartida justa ao que a sociedade merece. Precisamos saber qual o Brasil que desejamos e para onde queremos que ele vá.

Devemos tirar proveito do que o ex-ministro colocou como um alento para a sociedade quanto às instituições, que estão fortalecidas e nos propiciam uma margem de segurança não só em termos de estabilidade política, mas também na preservação das diretrizes centrais da política econômica.

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Não há caminho que leve ao desenvolvimento sem o estímulo para as nossas empresas.

Somente com um setor produtivo forte teremos mais riquezas, com empregos e distribuição de renda condizentes. Caso contrário, nos curvaremos frente à afirmativa de que o Brasil, como diria o filósofo Claude Lévi-Strauss, corre o risco de ficar obsoleto antes de ficar pronto.