Santa Catarina tem quatro das sete regiões com 100% de ocupação de leitos de UTI adulto para pacientes com Covid-19. Os dados foram atualizados no fim da manhã desta segunda-feira (1º) no painel de leitos do governo de SC. Em todo o Estado, havia apenas cinco leitos vagos entre os 803 destinados a casos de complicações pelo novo coronavírus.
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De acordo com os dados, Grande Oeste, Meio Oeste e Serra, Sul e Foz do Rio Itajaí Açu eram as quatro regiões que apresentavam 100% de ocupação das vagas destinadas a adultos com Covid-19 em terapia intensiva.
Outras duas regiões também estavam à beira da lotação, com 99,2% de ocupação e apenas um leito disponível em cada localidade: Grande Florianópolis e Vale do Itajaí. O Norte de SC tinha o menor percentual, com 97,8% de ocupação – mesmo assim, eram apenas três leitos disponíveis ao final da manhã desta segunda.
Os reflexos da situação nessas regiões já vêm sendo sentidos pelos catarinenses nos últimos dias. Em Itapema, por exemplo, que faz parte da região da Foz do Rio Itajaí no mapa do Estado, uma técnica de enfermagem que atuava na linha de frente dos casos de Covid-19 morreu enquanto estava na fila de espera por uma vaga de UTI. Zeni Bueno Pereira tinha 53 anos e deixou dois filhos.
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Em Xanxerê, que integra a região da Grande Oeste, seis pacientes com Covid-19 morreram enquanto esperavam por leitos de UTI desde a última quarta-feira (24). O caso mais recente é o de um homem de 63 anos que estava internado no Hospital São Paulo.
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Estado vive colapso em hospitais com avanço da Covid-19
Santa Catarina vive desde a semana passada uma situação de colapso nos hospitais e falta de vagas de UTI para atendimento de pacientes com complicações da Covid-19. A situação, que começou no Oeste e exigiu transferências de pacientes, chegou depois a hospitais de Florianópolis e se estendeu a todas as regiões do Estado. No domingo, cinco das sete regiões já apresentavam mais de 95% de ocupação das UTIs adulto em geral. Nesta segunda, a média do Estado nesses leitos era de 99,06%, com duas regiões em 100% e todas acima de 98%.
A condição levou a um pedido do Ministério Público Federal para que pessoas que precisam de internação sejam transferidas a outros Estados – a Justiça Federal aguarda manifestação do poder público sobre esse tema.
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O Estado também pediu ajuda à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente, para o envio de testes e visita de equipes ao Oeste de SC, onde há o quadro de cenário mais agravado no Estado. A região recebeu anúncio de novos leitos e respiradores neste domingo.
O governo do Estado defende que o número de UTIs em SC já foi ampliado em 160% desde o início da pandemia. Nesta segunda, anunciou a pactuação de mais 10 leitos de UTI em Gaspar, no Vale do Itajaí. A Secretaria de Saúde também aposta na estratégia de compra de vagas em hospitais privados para aliviar o colapso e conseguir internar pacientes que hoje aguardam por atendimento em terapia intensiva em diferentes regiões do Estado.
> Estado busca leitos de UTI em hospitais privados de SC e avalia compra de diárias