Quatro palmeiras da Alameda Brustlein, conhecida como Rua das Palmeiras, um dos principais cartões-postais da cidade, morreram nos últimos meses em Joinville. Segundo o especialista em palmáceas Gervásio Burig, isso ocorreu por falta de cuidados, e outras podem ter o mesmo fim se não houver um tratamento adequado nas plantas.
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O especialista conta que alertou a Prefeitura sobre esse perigo há seis anos, quando fez o plantio de quatro novas árvores na alameda. Agora, ele avisa que é necessário retirar as plantas mortas para que os parasitas que estão hospedados nelas não se espalhem às demais. Também há a possibilidade de algum acidente.
– Cada copada pesa de 50 a 150 quilos. Alertei que existe um risco iminente de queda e até morte de pessoas se elas caírem em cima de alguém – reforça.
O problema mais grave para a saúde das palmeiras é a falta de nutrientes. Segundo ele, há algumas árvores com o sistema radicular aéreo, ou seja, com as raízes para fora da terra. Gervásio explica que isso mostra uma necessidade muito grande das palmeiras por nutrientes. Além disso, a maioria tem pregos e arames presos que agridem as plantas.
Atualmente, há três espécies de palmeiras na Alameda Brustlein, mas a maioria é de palmeiras imperiais. Elas têm mais de 160 anos e vieram do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Gervásio conta que as plantas encontradas no espaço carioca têm mais de 200 anos.
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– As nossas não vão chegar a essa idade se não forem feitas a adubação e a manutenção – garante.
O especialista conta que foi encaminhado um pedido de informação para a Prefeitura, por meio da Câmara de Vereadores. São 20 perguntas para saber quando foi feito pela última vez o trabalho de preservação nas plantas e outros detalhes que são importantes para avaliar o risco de morte de outras palmeiras. No entanto, ele afirma que o pedido foi realizado há mais de 30 dias e ficou sem resposta.
Prefeitura promete plano de conservação
Em reunião da Comissão de Urbanismo na Câmara, no início deste mês, representantes da Prefeitura informaram que será formada uma comissão para discutir cuidados permanentes das palmeiras. Ela será formada com técnicos das secretarias de Agricultura e Meio Ambiente (Sama); de Cultura e Turismo; de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável; e Infraestrutura Urbana.
Na reunião, o engenheiro da Sama, Giampaolo Marchesini, explicou que o grupo será formado por técnicos de diversas áreas. O objetivo é propor um plano de manejo para a área da Alameda Brustlein, dando um tratamento adequado para as palmeiras imperiais.
– Acreditamos que a prioridade é retirar as palmeiras mortas porque elas são um risco de cair, não têm mais o suporte e a segurança das outras – aponta.
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Marchesini também afirma a prioridade de tratamento nas plantas que têm pregos, arames e fios amarrados, além da limpeza e acompanhamento técnico. O engenheiro ainda aponta a questão fitopatológica das palmeiras, das doenças e pragas que as estão atacando. Para ele, a comissão terá de buscar informações com especialista em palmáceas para fazer o tratamento adequado.
A ideia da comissão é que a Ruas das Palmeiras sirva como um plano de piloto para que, depois, a equipe proponha planos de manejo para outros jardins históricos da cidade.