Quatro meses após a morte da capivara que esperou agonizando por quase 20 horas para ser resgatada em Blumenau, os órgãos ambientais de Santa Catarina criaram, nesta terça-feira (6), um protocolo de cooperação entre os serviços de resgate de animais silvestres em todo o Estado.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Blumenau e região por WhatsApp
O documento estabelece procedimentos padrões no atendimento, resgate e destinação da fauna silvestre e exótica. O texto foi criado após a repercussão da falta de resgate da capivara, carinhosamente chamada de Godofrida pela reportagem, que expôs falhas no serviço do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC).
O novo protocolo estabelece que a Polícia Militar Ambiental fique responsável pelo resgate, quando o IMA disponibilizar local adequado para encaminhamento deles. Fica com o instituto apenas a responsabilidade de realizar parcerias com hospitais ou clínicas veterinárias para atendimento. Aos bombeiros compete o resgate de animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas, por exemplo.
A nova orientação pede que o resgate de animais silvestres doentes ou feridos seja feito, então, por acionamento à Polícia Militar (pelo telefone 190). Já em ocorrências que envolvam animais peçonhentos o contato será exclusivamente com o Corpo de Bombeiros Militar (193).
Continua depois da publicidade
Capivara morreu após ficar sem resgate
Batizada de “Godofrida” em uma enquete do NSC Total Blumenau nas redes sociais, a capivara mobilizou os órgãos públicos a rever os protocolos de atendimento a animais silvestres em Santa Catarina. O animal foi visto agonizando no pátio de uma igreja, em Blumenau, quando uma moradora tentou acionar os órgãos responsáveis para prestar socorro, mas não obteve sucesso.
Na ocasião, o IMA afirmou que funcionava apenas de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h e que, na época, estava em recesso de carnaval. É nesse contexto, portanto, que até então a Polícia Militar Ambiental prestaria ajuda (quando o IMA não tem condições de realizar o resgate). No entanto, a polícia afirmou na época, “não ter obrigação de realizar a ação.
A capivara foi levada ao hospital universitário da Universidade Regional de Blumenau (Furb) com as patas traseiras paralisadas. Ela passou por cirurgia, ficou 17 dias internada e morreu após contrair uma infecção bacteriana. Logo após o episódio, os órgãos afirmaram estar trabalhando em um novo protocolo de atendimento a animais silvestres, divulgado nesta terça.
Santa Catarina pretende ainda divulgar materiais que ensinem sobre o convívio pacífico com animais silvestres.
Continua depois da publicidade