Os quatro felinos vieram de longe. Atravessaram o Atlântico de avião e percorreram um longo caminho em terra firme para finalmente chegar ao novo lar. Os novos hóspedes do Zoo Pomerode se sentem em casa. Vindos de Lisboa, 8 mil quilômetros distante, os animais da subespécie leão-angolano já comem normalmente após o jejum da viagem:

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– Nos primeiros dois dias após a chegada deles, a gente começou o processo de alimentação de forma gradual, com 50% da dieta, 2,5 quilos de carne bovina, e agora eles já estão se alimentando com os 5 quilos diários – conta o biólogo e responsável técnico do Zoo Pomerode, Cláudio Maas.

O funcionário explica que por enquanto os animais ficam em quarentena e serão monitorados por veterinários pelos próximos 30 dias, ainda sem contato com outros felinos.

O procedimento para trazê-los com total segurança ao Brasil foi longo e começou com um treinamento para viajarem sem ajuda de tranquilizantes dentro de uma caixa de ferro. Na quarta-feira eles receberam a última refeição em solo português e 12 horas depois embarcaram em um avião.

Foram 10 horas de voo em uma operação delicada que precisou da aprovação do Ibama, Ministério da Agricultura e da Receita Federal, que checaram a saúde dos animais na no Brasil. Depois do desembarque no Aeroporto de Guarulhos (SP), na quinta-feira, os felinos pegaram a estrada por 600 quilômetros para chegar à casa nova na sexta-feira de madrugada.

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Importância de preservação

Segundo o veterinário do Zoo Lisboa, Rui Bernardino, os transportes dos felinos costumam ser feitos na época do ano em que as temperaturas mais se assemelham às do país de destino. O primeiro passeio dos leões fora das caixas em que foram transportados ocorreu ao meio-dia de sexta-feira em Pomerode. Desconfiados, eles deram uma voltinha de reconhecimento e tomaram o primeiro banho de sol.

No mundo existem apenas 74 leões desta subespécie em zoológicos. Os quatro animais que estão em Pomerode fazem parte de um programa internacional de manejo cooperativo para preservação da espécie e ficam na cidade do Vale Europeu por tempo indeterminado.

– Esta população é manejada não apenas para manter ou reproduzir os animais, mas para salvaguardar esta diversidade genética, este banco biológico. O Zoo Lisboa permanece com 14 leões desta subespécie. Caso seja necessário, alguns poderão ir para outro zoo que se habilite e tenha condições técnicas para recebê-los – esclarece o biólogo Bernardino sobre a estadia dos felinos por aqui e a importância de preservação e conservação desta espécie ameaçada de extinção.