Em meio ao aumento de casos de Covid-19 e também da procura por leitos em UTI, três hospitais particulares e um filantrópico de Florianópolis fizeram um alerta. Em um documento encaminhado ao Ministério Público na quinta-feira (18), as unidades comunicaram que há chance de faltar insumos utilizados na intubação de pacientes. A falta de vagas na Terapia Intensiva e até mesmo de ventiladores mecânicos também é temida.
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O estoque de medicamentos sedativos e bloqueadores musculares, que são usados na intubação, está zerado ou próximo de acabar nestas unidades. Segundo o texto, isso acontece mesmo com esforços para a aquisição de mais doses. Assinam a carta os diretores do SOS Cárdio, Hospital Unimed Grande Florianópolis, Hospital Baía Sul e do Imperial Hospital de Caridade.
O diretor do Hospital Baía Sul, o médico Rafael Vasconcellos, conta que a unidade não enfrentou a falta de insumos, mas viu a demanda por medicamentos aumentar muito entre o fim de fevereiro e o início de março.
— No dia a dia o que a gente vê é que os insumos vinculados à unidade da Covid-19, desde recursos humanos, respiradores, ou seja, desde a parte de infraestrutura pesada até os medicamentos, vem sendo bastante demandados e com isso nós vamos chegando realmente a níveis críticos — colocou Vasconcellos.
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O médico alerta que para além da compra de insumos é necessário que se reduza o número de casos ativos da doença. Uma queda nos infectados, explica Vasconcellos, daria tempo para o sistema de saúde se organizar e atender melhor a demanda de doentes.
Dos 397 pacientes que aguardavam por um leito em UTI em SC até domingo (21), 79 estavam na Grande Florianópolis. A região é a segunda com mais pacientes nessa condição, ficando atrás apenas do Norte do estado.
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Ministério Público analisa documento
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) as informações encaminhadas pelos hospitais estão sendo analisadas e a Promotoria deve definir ainda nesta segunda-feira (22) algum posicionamento
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O órgão apontou que apesar da compreensível situação de colapso, a responsabilidade pela compra de insumos é dos estabelecimentos de saúde. O MPSC também colocou que buscou o endurecimento de medidas e, com a Defensoria Pública, tentou um lockdown por 14 dias.
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Em um primeiro momento, a Justiça definiu que a decisão caberia ao Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES). O grupo foi contra a medida e determinou outras restrições como escalonamento de horários do comércio e multas para quem for flagrado sem máscara.
Após uma decisão liminar, o governo do Estado voltou a ter a palavra final sobre as ações e até o momento manteve o decreto baseado na decisão dos técnicos da saúde.
Governo reconhece desabastecimento
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) há problema de desabastecimento de medicamentos e materiais hospitalares devido à alta demanda nacional. A pasta diz que pelo menos três medicamentos usados no “kit intubação” estão escassos no estoque estadual.
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> Escassez de medicamentos do ‘kit intubação’ é preocupação em hospitais de SC
Existe uma tentativa de compra de insumo por meio de licitações e no dia 13, segundo a SES, o Estado recebeu um volume de medicamentos necessário para o abastecimento por sete dias do kit intubação. Parte do montante foi encaminhado ao Imperial Hospital de Caridade, que assina o documento enviado ao Ministério Público.
A Secretaria afirma ter doado, de janeiro até o início de março, 129 mil medicamentos aos hospitais filantrópicos. Mesmo assim, a pasta reconhece a gravidade do momento e diz avaliar diariamente o cenário para a adoção de medidas que possam dar assistência à população.
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