Tão antigo quanto o homem, tão importante quanto outros elementos religiosos. O tambor é o instrumento musical mais ancestral, porém teve sua importância apagada pela passagem do tempo e pelos dogmas da Igreja. O batuque produzido quando as mãos o tocam ressoará nos palcos dos teatros do Sesc de SC nos próximos dias, durante o Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais.

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A partir de sexta-feira, quatro grupos se apresentam em Florianópolis, Joinville, Jaraguá do Sul, Itajaí, Laguna e Criciúma, mostrando que em comunidades de todo o país o instrumento é fundamental para fazer música e falar de amor, cotidiano e religião.

Os grupos escolhidos para o projeto, batizado de Tambores e Batuques, circulam utilizando instrumentos fabricados artesanalmente, de acordo com as tradições de suas comunidades. Eles são grandes núcleos de produção cultural de suas regiões.

– São feitas curadorias bienalmente para o Sonora Brasil, com dois temas diferentes. Às vezes, são formados grupos especialmete para o projeto – caso do Alabê Ôni, composto por músicos e pesquisadores da cultura negra -, mas neste ano há três de tradição – conta o analista de programação social de cultura do Sesc, Afonso de Souza.

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Além de valorizar as produções culturais do interior do país, o Sonora Brasil também promove uma espécie de intercâmbio. A cada cidade os grupos de percussão e de pesquisa na área cultural são convidados a prestigiar as apresentações para terem registro e fazerem contatos entre si.

As atrações

Raízes do Bolão, do quilombo do Curiaú (AP): apresenta o marabaixo e o batuque;

Samba de Cacete da Vacaria (PA) faz o chamado samba de cacete;

Raízes do Samba de Tócos (BA) foca no samba de roda;

Alabê Ôni, do Rio Grande do Sul, recupera a história do tambor de sopapo.