Quatorze presos na Operação Prato Frio, realizada na quinta-feira pela Polícia Civil de Sombrio em quatro cidades do extremo Sul do Estado, continuam na delegacia da cidade. Doze homens dividem uma cela de 12 metros quadrados, e duas mulheres estão no espaço destinado aos adolescentes apreendidos. O Departamento de Administração Prisional (Deap), responsável pela custódia e transferência dos presos, ainda está em busca de vagas no sistema prisional.

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O delegado Luiz Otávio Pohlmann, responsável pela DP de Sombrio, solicitou à Justiça no início da tarde de quinta-feira que o Deap levasse os presos. O pedido foi feito junto à 2ª Vara Criminal de Araranguá, de Execução Penal, responsável pela interdição do Presídio Regional da cidade. O juiz Gustavo Santos Mottola também solicitou que o departamento designasse agentes para reforçar a custódia dos presos, mas a decisão ainda não foi cumprida.

—Solicitamos que o Deap recolhesse os presos imediatamente, tendo em vista que todos são faccionados de organização criminosa. Ele determinou que fossem recolhidos em 24h, até o momento foram recolhidos somente três, agora estamos com 14 presos. O juiz também determinou que o Deap encaminhasse dois agentes em até quatro horas para auxiliar na guarda dos presos, só que até o momento nenhum foi — comentou o delegado.

Ele lembrou que desde a primeira interdição do presídio, há pelo menos cinco anos, o Deap vem descumprindo decisões judiciais e que nada acontece. A fata de resolução acarreta em problema para o trabalho da Polícia Civil, que não é responsável pela custódia de presos, por exemplo. Ele reforça que a permanência dos presos na delegacia deve durar o tempo suficiente para a confecção do auto de prisão, e que a guarda é responsabilidade do Departamento.

— Ontem tive que chamar policiais de folga para fazer o reforço, e vou ter que repor esses policiais ainda com a falta de efetivo. O descumprimento por parte do Deap das decisões judiciais é corriqueiro, e o que chama atenção é a inércia do judiciário em relação a isso — desabafou.

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A assessoria de imprensa do Departamento de Administração Prisional foi procurada para dar detalhes sobre a situações dos presos e para onde serão encaminhados, mas até as 9h30min desta sexta-feira ainda não se manifestou sobre o assunto.