Os anos de espera por providências na rua Presidente Prudente de Moraes, no bairro Santo Antônio, chegaram ao fim e deram início ao período de contagem regressiva e cobrança para que a obra prometida na última quarta-feira, 21 de fevereiro, quando o governador Pinho Moreira veio a Joinville, seja executada. Foram garantidos R$ 3,9 milhões, destinados à requalificação da via localizada na zona Norte de Joinville, que atualmente é de paralelepípedos. A reforma da rua contemplará rede de microdrenagem, pavimentação asfáltica e nova sinalização de trânsito.

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Segundo o governo do Estado, este valor será repassado diretamente à Prefeitura de Joinville via Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (Sigef), em um processo semelhante ao que ocorreu, por exemplo, nas obras da rua Tenente Antônio João. Ele deve estar disponível para a administração pública municipal até o fim desta semana, e então caberá à Prefeitura de Joinville publicar o edital de licitação para contratar a empresa responsável pela obra.

A Prefeitura de Joinville informou que ainda não há prazo para o lançamento do edital licitatório. No momento, será iniciado o preparo do termo de referência, documento que funciona como base para avaliação do custo, definição dos métodos, da estratégia de suprimento e do prazo de execução do contrato.

A Presidente Prudente de Moraes é uma via de ligação que mede 2,1 quilômetros e vai da rua Dr. João Colin até a rua Guilherme, no bairro Costa e Silva, cruzando outras ruas principais, como a Blumenau e a Marquês de Olinda. Ela é considerada uma via coletora — ou seja, tem como objetivo tornar o deslocamento mais fácil de uma região para outra, “coletando” e distribuindo o trânsito que entra ou sai das vias de trânsito rápido. Mesmo assim, Cristiane Galon, que mora a menos de um quilômetro da Prudente, geralmente busca outras opções para acessar o bairro Costa e Silva.

— Se fosse asfaltada, eu daria prioridade para ela. Mas, além disso, há horários em que o trânsito fica complicado — afirma.

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A velocidade máxima da rua é de 60 km/h, com dois pontos de 30 km/h em locais onde há centros de educação infantil, mas, em horários de pico, ela chega a formar filas. Mas este é o menor problema apontado por moradores e comerciantes: há pelo menos uma década, o que atrapalha tráfego pela via são os buracos e as pedras do tipo paralelepípedos soltas; e, mais recentemente, os alagamentos causados pela falta de drenagem.

Bruno Mayer, 53 anos, mora na rua Prudente de Moraes desde a infância. Assim como o pai, montou uma oficina no mesmo endereço e, do pátio, observa as mudanças na via que, quando ele conheceu, ainda era “de terra, acabando em um picada”. Pelas lembranças dele, há cerca de quatro décadas ela recebeu paralelepípedos, o que condizia com o fluxo de veículos até pouco tempo.

— O problema começou, principalmente, depois das obras para a rede de esgoto. Os paralelepípedos foram recolocados, mas não da mesma forma. Então, toda semana soltam pedras, que acabam causando estragos em alguns carros — comenta Bruno.

Ele também reclama dos alagamentos, que aumentaram nos últimos anos e que, para ele, são causados pela falta de limpeza das bocas de lobo. O mesmo problema é percebido por Gisele Pereira, que trabalha em uma loja a cerca de 500 metros da mecânica de Bruno.

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— Os alagamentos chegam a cobrir os pneus dos carros, às vezes. E isso estraga ainda mais a pista. A gente vê que a Prefeitura vem fazer manutenção, mas precisa fazer com tanta frequência que chega a causar transtornos no trânsito — afirma ela.

A subprefeita da região Centro-Norte, Maria José de Lara Fettback, também afirma que as solicitações por melhorias na rua Prudente de Moraes ocorrem constantemente e que as melhorias realizadas acabam sendo paliativas, já que os paralelepípedos voltam a se soltar em pouco tempo. Segundo ela, não há outra solução para o local a não ser a pavimentação.

— Os paralelepípedos são um “quebra-cabeça” no qual você precisa mexer em uma área grande para realizar o encaixe. Fazemos os serviços, mas, logo depois, é necessário fazer tudo de novo, ali ou em outro ponto muito perto — avalia ela.

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