Uma pesquisa feita pelo Ipec e o Instituto Patrícia Galvão, divulgada em setembro deste ano, apontou que 45% das mulheres já tiveram o corpo tocado sem consentimento em local público. Enquanto isso, apenas 5% dos homens admitiram que cometeram o ato.
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Os dados fazem parte do levantamento “Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas”. Foram ouvidas 1,2 mil pessoas em todo o país (800 homens e 400 mulheres) entre 21 de julho e 1º de agosto.
A pesquisa mostrou ainda que 41% das mulheres já foram xingadas ou agredidas por dizerem “não” a uma pessoa que estava interessada nelas. Além disso, 31% delas passaram por situação de importunação/assédio sexual no transporte público, mas nenhum homem afirmou ter cometido o ato.
Em entrevista ao G1, Marisa Sanematsu, diretora de conteúdo do Instituto Patrícia Galvão, disse que os números refletem como essas práticas invasivas se tornaram rotina na vida das mulheres e que os homens não assumem.
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— Lógico que não temos apenas grupos de quem sofreu um assédio e de quem causou. Mas quando analisamos em termos de pesquisas, que deve refletir a sociedade brasileira, chama atenção. E a pergunta que se coloca é: se os homens naturalizam, ou seja, normalizam as práticas, e não encaram como uma importação, coisa invasiva. Ou então, se conforme temos visto, a percepção de impunidade acaba favorecendo esse tipo de atitude — disse.
*Com informações de G1