A movimentação no entorno do autódromo de Ímola lembrava o de um Grande Prêmio de Fórmula-1. Mas as quase 20 mil pessoas que estiveram nesta quinta-feira não foram para ver nenhuma competição. Afinal, era uma torcida de um time só. Fãs de todas as partes do mundo que buscavam reverenciar e relembrar o seu grande ídolo. Camisetas com o rosto de Ayrton Senna, bandeiras do Brasil e o boné azul do Banco Nacional – marca registrada do piloto – formavam a indumentária básica. No local de impacto na curva Tamburello, muitos fãs emocionados depositavam flores e faziam preces.
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A italiana Maria Grazia Socci, usando um vestido estampado com a bandeira brasileira e com o autógrafo de Senna tatuado no ombro, conta que conheceu Senna alguns anos antes do acidente fatal e que ele serviu de inspiração para ela seguir carreira trabalhando em projetos de assistência social.
– Eu estava aqui naquele dia. Foi algo apocalíptico. Eu não acreditava, era como se eu recusasse a aceitar. Depois tive de aprender a conviver com a realidade. Hoje, vim aqui para relembrar os bons momentos, não para reviver os momentos ruins daquele dia. Para mim, Ayrton saiu daquele carro e está ajudando muitas pessoas através do trabalho feito pelo Instituto.
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Trajando um suéter bordado com as próprias mãos com o rosto de Senna, Federica Bussolani traduziu de uma maneira quase transcendental o sentido que levou a milhares de fãs a prestar estas homenagens vinte anos após o acidente fatal do piloto brasileiro.
– É uma maneira de não esquecer. Todos presentes aqui não esqueceram. Sempre digo que o Senna morreu, mas o Ayrton não morreu e nunca vai morrer. Sou cristã e acredito que a vida continua. E acho que a pessoa Ayrton Senna está exatamente aqui, nesse momento, e é o anjo da guarda de todos os que estão aqui, não por acaso, porque o amam.