Quanto vale uma vida? Para alguns agentes públicos, parece que nada. O descaso de alguns órgãos estatais tem ocasionado perdas incalculáveis. É como pontuou o jornalista Moacir Pereira: “As dezenas de vítimas viraram frias estatísticas”. E os apelos dos catarinenses parecem ter menos força. A demora na conclusão da duplicação da BR-101 tem gerado enormes prejuízos ao Estado porque os gigantescos custos sociais e materiais das tragédias que ceifam vidas são imensuráveis.

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Enquanto alguns estão atentos aos valores que serão investidos com a duplicação no trecho de Palhoça e com os despretensiosos índios do local, milhares de vidas são perdidas. O projeto da quarta faixa no Morro dos Cavalos, segundo o DNIT, está pronto há algum tempo. A alternativa eliminaria o afunilamento da pista, daria maior segurança, economia de tempo e combustível, com consequente redução da poluição, e daria mais tranquilidade aos usuários. Mas certos burocratas, bem instalados em Brasília, não autorizam esta obra emergencial.E pasmem! Os caciques (aos quais é credenciado o empecilho) nunca se manifestaram contra essa solução de urgência.

Até quanto teremos que fechar os olhos à inércia dos entes públicos? A teoria do absurdo parece não ter fim. O Estado assina o atestado da ineficiência em gestionar obras desta forma. No jogo do empurra-empurra, enquanto se questionam valores ou se discutem letargicamente alternativas para o melhor andamento dos trabalhos, o único prejudicado com tamanha omissão e descaso é o cidadão brasileiro. Talvez seja preciso criar a Fundação Nacional dos Interesses dos Brasileiros (Funaib).

Talvez teremos alguém que pense por nós, em nós e para nós. As desculpas atingiram patamar inaceitável e subestimam a nossa capacidade.

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