O tempo que você fica parado no trânsito tem custo. E é caro ficar trancafiado no engarrafamento. Ladislau Dowbor, professor de pós-graduação em Economia e Administração da PUC de São Paulo e consultor de agências da Organização das Nações Unidas (ONU), calculou o preço da hora dos paulistanos: R$ 3,30 (veja o cálculo abaixo).

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Dowbor acredita que a gestão dos espaços urbanos deve ser o centro da discussão sobre qualidade de vida e sustentabilidade do planeta.

Um cálculo do Movimento Nossa São Paulo indica que o paulistano permanece, em média, duas horas e 43 minutos no trânsito todos os dias. Segundo Dowbor, no engarrafamento perde-se tempo e dinheiro de diferentes formas.

– A pessoa não descansa, não produz, consome energia e emite gases. Ainda se irrita, cansa e pode adoecer – afirma.

Considerando o valor de R$ 3,30 por hora, a redução de uma hora por dia no trânsito, garantiria a “economia” de R$ 19 milhões diários.

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Enxergar esse valor faz refletir sobre o custo da construção de um metrô, por exemplo. O professor paulista afirma que um quilômetro de metrô custaria R$ 200 milhões. De acordo com o cálculo, se cada paulista ficasse uma hora a menos no trânsito por dia, oito dias úteis pagariam um quilômetro.

No projeto do metrô de Porto Alegre, o custo de cada quilômetro está estimado em cerca de R$ 178 milhões. Comparando, São Paulo tem apenas 60 quilômetros de metrô para mais de 11 milhões de pessoas, enquanto Paris tem 400 quilômetros para quase 10 milhões de habitantes.

Para justificar sua preocupação com a causa, o economista formado na Suíça e doutor pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, na Polônia, é enfático:

– O nosso tempo também é um bem não-renovável.

::: Como é feito o cálculo