São 49 anos de emancipação política, mais cinco como distrito. 123 anos como bairro da cidade de Camboriú e, daí para trás, pelo menos mais 60 anos com a sede na Barra. Todos se entrelaçam, mas é provável que tenhamos mais de 200 anos de colonização europeia por aqui.
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Algumas datas nos distanciam do início da colonização. Baltazhar Pinto Corrêa, nosso fundador, casou em 26 de setembro de 1812, na igreja de Santo Antônio de Lisboa em Desterro, na capital do Estado. Quem casa quer casa. Será que ele casou e já veio morar em Camboriú, como era o costume? Se essa data prevalecer, já ultrapassamos os 200 anos.
Registros da paróquia de Bom Jesus do Aflitos de Porto Belo, jurisdição à qual pertencíamos, registram que, em 1821, Baltazhar já morava na região. Antes dessa data, provando que já morava aqui, requereu por sesmaria ao Império Brasileiro uma área de terra. Em 1821, Dom Pedro I lhe dava autorização expressa pra “fundar no districto, algûa vila”.
Foi o primeiro despacho de Dom Pedro I, o anterior é de Dom João VI. Se o documento foi despachado nessa data, seu respectivo requerimento foi muito antes, obedecendo à burocracia da época. Era um tempo de muita turbulência política e administrativa, pois Dom João acabava de regressar e Dom Pedro ainda estava meio atordoado com a função. Toda a administração estava meio atrapalhada, pois os principais burocratas do país voltaram para Portugal. O país estava meio acéfalo e, os principais burocratas brasileiros, ainda procurando se adaptar a uma nova realidade histórica.
Além do período de tolerância, carência que o Estado dava para os colonos prepararem a terra, que era de três anos, já haver estourado, o coitado do seu Balthazar veio receber seus papéis dia 26 de setembro de 1826. Um presente de casamento com exatos 14 anos de atraso, embora os papéis tragam intrinsecamente desculpas pela demora (lapso de tempo, é o que diz o termo), dando como desculpas a distância da corte e problemas na administração.
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Com tantos anos de história, já passou da hora de a administração pública pensar em museus, peças de fundamental importância para as cidades turísticas. Para as cidades que se dizem, eminentemente turísticas, museus são sempre um acessório importante.