Pode-se dizer qualquer coisa sobre a caderneta de poupança, mas uma parcela enorme de brasileiros não abre mão de manter algum dinheiro nesta aplicação. O aposentado Leo Carlos Altmayer dá graças por ter guardado, ao longo da vida, algum dinheiro na poupança, que hoje utiliza para inteirar o orçamento mensal para pagar a conta de luz, da água, o supermercado ou a farmácia. E não cai na tentação de sacar todo o dinheiro para colocar em um fundo mais arrojado ou título de capitalização.

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— Pode até render menos do que algumas outras opções, mas é seguro, fico tranquilo de deixar ali, e posso mexer a qualquer momento — defende.

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Poucos investimentos foram tão bombardeados nos últimos anos como a caderneta. Com a inflação em alta, o rendimento da “querida dos brasileiros” muitas vezes tem sido incapaz de multiplicar o dinheiro na velocidade em que os preços sobem.

Ao mesmo tempo, foi facilitado o acesso a investimentos mais rentáveis, como CDBs e Tesouro Direto, com a redução dos aportes mínimos. Isso trouxe uma concorrência feroz à caderneta: os saques da poupança superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões no ano passado, conforme o Banco Central — segundo pior resultado da série histórica, perdendo apenas para o de 2015. Mesmo assim, a poupança segue firme.

A aplicação ainda é a favorita do pequeno investidor, que guarda um somatório de R$ 650 bilhões — o CDB, por exemplo, concentra R$ 521 bilhões, conforme a Cetip. Também houve uma sensível melhora na performance da caderneta. No ano passado, o ganho foi de 8,3%, enquanto a inflação oficial (IPCA) subiu 6,29%. Em 2015, a aplicação tinha rendido 8,07%, mas o IPCA havia saltado 10,67%.

— O brasileiro se acostumou com a poupança, mesmo que muitas vezes perca para a inflação e fique para trás de outras aplicações — afirma Jó Adriano da Cruz, educador financeiro — Para muita gente virou sinônimo de segurança, mas isso muitas vezes é ilusório.

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Teste mostra qual aplicação indicada para cada perfil

Seu argumento é de que outros investimentos, como o Tesouro, são mais vantajosos no rendimento e aceitam aplicações a partir de R$ 30 — ou seja, contemplam qualquer investidor. A única exigência é de que o investidor mantenha o dinheiro por vários anos para ganhar os melhores juros. Os CDBs costumam pagar mais, entretanto há exigência de aplicação inicial que pode ser de R$ 5 mil.

A favor da poupança, pesa a isenção do imposto de renda, a ausência de aplicação mínima e a praticidade de depositar e sacar, que pode ocorrer no caixa eletrônico.

— O investidor precisa comparar o rendimento, os custos e o tempo em que pretende sacar o valor, para avaliar o que vale mais a pena — aponta Jó Adriano.

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