Há um mês, ao estacionar o carro na frente de um prédio na região central de Joinville, um motorista que é funcionário público na cidade, passou pelo momento mais tenso de sua vida. Ele foi rendido por dois assaltantes armados e obrigado a ir para o banco de trás do veículo. Viu a morte de perto e teve que implorar pela própria vida.

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:: Você já vivenciou ou conheceu alguma situação de insegurança no seu bairro? ::

– Quando eu percebi, a arma estava quase entrando na minha cabeça. Não reagi ao assalto porque sei que o risco é bem maior.

Eram 21h45 da noite. Os ladrões começaram a rodar pela cidade, sempre fazendo ameaças e pedindo dinheiro, e só pararam alguns minutos depois, em uma rua da zona Sul.

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– Eles me ameaçaram o tempo todo. Queriam dinheiro. Eu só dizia “levem tudo, mas me soltem”. Eram muito frios. Queriam que eu fosse para a minha casa. Tive sorte. Fiquei negando que tinha dinheiro, até que eles desistiram.

Dias depois, um novo contato com os bandidos. Desta vez por telefone. Eles devolveriam o veículo roubado se ele estivesse disposto a pagar.

– Recuperei o carro. Mas tive um prejuízo de mais de R$ 10 mil. Está demais. É perceptível que a violência está demais. Outras pessoas me comentaram ter passado por situações idênticas.

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Da traumática experiência, ficou o medo de que os bandidos voltem e saibam mais informações sobre a sua vida.

– Eu nem quis usar redes sociais. Iria me expor demais. A gente não sabe até onde vai essa bandidagem.

NÃO PODEMOS ACEITAR VIVER ENJAULADOS

Foi pelo Facebook que os sócios de uma loja arrombada encontraram espaço para revelar indignação e receber a solidariedade de amigos e outras vítimas. O dono do estabelecimento contou como a loja foi invadida e fez um apelo:

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– Não podemos nos unir para que isso mude o mais rápido possível. Não podemos aceitar viver enjaulados em nossa própria residência ou ter que esconder a vitrine de seu comércio para ter mais segurança – resumiu.

O alarme e a vigilância feita por ronda contratada não intimidaram os ladrões. Eles quebraram a vitrine com uma pedra e levaram uma série de artigos de marca, principalmente óculos e roupas com cabides. Quando os sócios foram até a loja para entender o que estava acontecendo, souberam que uma pizzaria, não muito longe dali, havia sido assaltada minutos antes.

– A sensação é de insegurança completa, não tem muito o que fazer. A gente vai para casa e fica pensando que pode aparecer alguém novamente. Um sentimento de não poder fazer nada. É muito ruim – diz um dos sócios.

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