Desde o final de setembro, as rodas de conversa dos moradores de Santa Catarina têm um assunto em comum: por que tanta chuva no Estado? Se tivesse uma música que traduzisse a vontade da maioria dos catarinenses, com certeza seria aquela do gaúcho radicado em Balneário Camboriú Vitor Kley: “Ô, sol. Vê se não esquece e me ilumina, preciso de você aqui”.
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A principal região atingida pela chuva em outubro foi a Grande Florianópolis. Antônio Carlos, Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça registraram mais de 300 milímetros nas três primeiras semanas, mais que o dobro previsto para o mês. Em Joinville, o mesmo aconteceu.
A terceira semana de outubro já trouxe um tempo diferente daquele das três semanas anteriores. Apesar das temperaturas baixas, o sol apareceu muito mais, mas não se firmou. Nesta quinta-feira (21), as nuvens diminuem e o sol começa a dar o ar da graça, com possibilidade de chuva fraca e isolada durante a noite.
> Umidade do mar é um dos motivos para o tempo continuar instável em SC
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Depois de quase um mês sem um dia inteiro de sol — o último foi 26 de setembro — o astro rei vem firme e prevalece em toda Santa Catarina nesta sexta-feira (22), com o termômetro batendo a casa dos 26°C na Grande Florianópolis e 30°C no Oeste.
Segundo a metereologista da Epagri Gilsânia Cruz, a manhã de sábado segue da mesma forma, mas durante a tarde e noite o tempo muda e traz temporais para o Estado. No domingo (24) ocorre a situação inversa: o tempo começa fechado e melhora durante a tarde. Segunda-feira o sol vota a predominar em toda Santa Catarina e a semana terá uma presença maior do calor.
> Quinta-feira de sol em SC, mas ainda com influência de umidade do mar
A tendência é que as próximas duas semanas variem entre dias de chuva e sol predominante. No Oeste do Estado, as temperaturas ficarão mais elevadas. O calor “de verão” deve chegar com tudo na segunda quizena de novembro. A expectativa dos próximos dois meses é de menos chuva para Santa Catarina.
Uma reunião do clima com metereologistas do Estado está marcada para o dia 27 de outubro. No encontro, os especialistas vão discutir a influência da La Niña até o final do ano e a expectativa do tempo para o próximo trimestre. Em termos de chuva, segundo explicou Gilsânia, a La Niña não tem grande influência, mas o fenômeno pode deixar as temperaturas mais amenas até dezembro.
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Por que choveu tanto em SC?
A metereologista da Epagri Gilsânia Cruz explica que vários fatores influenciaram o mau tempo em Santa Catarina. No Litoral e no Norte do Estado, a circulação marítima trouxe a umidade do mar para o continente.
No Oeste e no Sul de Santa Catarina, o principal fator que ocasionou as chuvas foi as áreas alongada de baixa pressão, chamadas de cavados. O Estado ainda teve a influência de massas de ar frio e jato subtropical, que traz ventos mais fortes e aumenta a força da chuva.
A quantidade de água amenizou a estiagem no Oeste de Santa Catarina, mas ainda não resolveu o problema. Segundo o hidrólogo da Epagri, Guilherme Miranda, a quantidade de chuva recuperou a agricultura, ajudando no plantio. Porém, o alto volume de água ainda não foi suficiente para recarregar os aquíferos. Por isso, um novembro e dezembro com menos chuva pode colocar a região novamente em uma situação delicada.
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