Quando é o melhor momento de comprar passagens aéreas mais baratas para as festas de fim de ano ou férias? Embora pareça uma pergunta com resposta óbvia, a antecedência não é o único fator que determina o preço dos bilhetes.
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Cada rota aérea operada no país tem pelo menos 15 categorias de tarifas. Com a ajuda de um software de monitoramento constante da procura por voos, as companhias têm uma equipe de analistas para determinar e aplicar os preços.
– O cálculo é simples: a regra milenar de oferta e procura. À medida que o avião vai enchendo, vão aumentando as tarifas – explica Gianfranco Beting, diretor de comunicação e marca da Azul Linhas Aéreas.
Partindo do histórico de comportamento da demanda em cada voo e da expectativa de procura futura para determinada data, as empresas estabelecem faixas de preço. Assim, não é mais possível afirmar que apenas a antecedência garantirá economia.
– O ponto de equilíbrio das tarifas tem a ver com ocupação e não só com antecedência – aponta Ricardo Pauli, gerente-geral da agência Flytour.
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Se alguém buscar uma passagem para a Quinta-Feira Santa, em abril do próximo ano, exemplifica Pauli, os preços devem estar altos mesmo seis meses antes, pois o histórico é de que voos nesta data têm muita procura. Assim como ocorre com rotas que partem para Brasília nas terças-feiras pela manhã ou que retornam de São Paulo na quinta-feira depois das 17h.
Com dois meses de antecedência, o comprador tem perfil de turista. As passagens compradas menos de duas semanas antes do embarque têm perfil corporativo – responsável por quase 80% da ocupação aérea no país.
Embora a regra de antecedência não seja unilateral, quando se fala em viagens em alta temporada, como festas de fim de ano e férias de verão, a recomendação de comprar o quanto antes ainda é a mais eficaz. Como há muita procura, os bilhetes tendem a ficar cada vez mais caros à medida que a data da viagem se aproxima.
Quem ainda não se programou para o fim do ano e pretende viajar para destinos tradicionais, como Rio de Janeiro, Nordeste, Europa ou EUA, pode ter dificuldades para encontrar voos e a viagem deverá sair mais cara, avisa Rita Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav-RS).
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As companhias fazem um mapeamento dos assentos da aeronave, com diferentes classes de tarifas, da mais baixa até a mais alta, que pode ser a tarifa cheia (conforme as cores indicadas abaixo).
Os voos são classificados pelas empresas aéreas em três níveis de demanda: baixa, média e alta. No exemplo abaixo, foram considerados os voos de alta e baixa procura.
Com a ajuda de um software, analistas fazem monitoramento constante para medir a procura. Nos voos considerados de baixa procura, o número de assentos com tarifa promocional é bem maior.
À medida que a demanda aumenta, o voo muda de classificação. Nos de alta demanda, o número de passagens promocionais chega a ser oito vezes menor do que nos voos de baixa procura.
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Dicas
Segunda costuma ser o dia mais caro. Voar entre terça e quinta é mais barato, exceto em véspera de feriados.
Em geral, os meses mais caros para voar são dezembro e janeiro. Agosto e setembro são os mais baratos.
Ida e volta pela mesma companhia tende a sair por preço menor.
As empresas costumam lançar promoções durante os finais de semana.
Fonte: Myrian Lund, professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV)