A cerca de 50 metros do acidente de helicóptero que deixou três mortos e um ferido em Joinville nesta quinta-feira, 8 de março, estava Adelaide Roeder, de 61 anos, que costurava dentro de casa quando ouviu estrondos. Segundo a moradora, enquanto ainda estava no ar, o helicóptero passou sobre as casas em meio a barulhos que lembravam o som de tiros.

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— Parecia que estava estourando, até tiro de arma, tudo junto. O estouro foi muito grande, e o helicóptero veio perdendo pedaços enquanto estava caindo. Só vi quando passou em cima da minha casa e deu um grande estouro, fiquei desesperada e meu neto ficou com dor de cabeça. Ainda estou muito emocionada. Em 45 anos morando aqui nunca vi nada parecido, foi uma questão de segundos e quando cheguei ao portão o helicóptero já estava queimando — conta.

Viviane Alves também diz ter ouvido sons de tiros.

— Estava dentro de casa e escutei vários estouros, um em cima do outro, que pareciam tiros e, à medida que ele se aproximava do solo, o estrondo ficava mais forte. Mas não tinha ideia de que seria a queda de um helicóptero e saí correndo para trazer meus filhos para dentro de casa.

De acordo com Marcos Oliveira, outro morador da rua, depois de cair, a aeronave demorou cerca de cinco segundos para pegar fogo. Esse foi o tempo que um dos vizinhos conseguiu puxar do local um rapaz de 18 anos que teria saltado do helicóptero. “Ele puxou ele do fogo”, revelam os moradores.

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O jovem Daniel da Silva, de 18 anos, que estava em regime semiaberto, sobreviveu à queda e foi encaminhado por uma equipe do Águia da Polícia Militar até o Hospital São José. Conforme a polícia ele foi levado consciente até a unidade hospitalar. Os outros três ocupantes entre eles o piloto e o copiloto não conseguiram escapar mesmo com a chegada rápida da polícia e do resgate, conforme Viviane.

— A polícia chegou rápido porque estavam realizando uma blitz, mas não deu tempo de fazer nada. Um rapaz ajudou com um extintor, mas não adiantou. Havia várias pessoas de carro na rua e correram porque podia explodir — recorda ela.

Segundo Marcos Oliveira, os estalos ocorreram no ar e a impressão da comunidade é de que o piloto tentou desviar das casas para evitar uma tragédia maior. A queda do helicóptero ocorreu por volta das 15h45. A área do acidente foi isolada e equipes do Instituto Geral de Perícias (IGP) e Polícia Civil efetuaram perícia no local. Os corpos das três vitimas foram encaminhados ao Instinto Médio Legal de Joinville (IML) ainda na noite de hoje.

Agentes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também devem realizar investigação para apontar as prováveis causas da queda com objetivo de reunir subsídios para a prevenção de acidentes futuros nestas circunstâncias. Por volta das 19 horas, a Polícia Civil confirmou que o helicóptero foi sequestrado.

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