O comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, Cláudio Roberto Koglin, afirma que o consumo de drogas, principalmente maconha e crack, está disseminado por toda a cidade. Segundo ele, a PM sabe da presença de usuários no América e áreas próximas, mas não faz rondas específicas no local. Abaixo, ele analisa a situação:
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Santa flagra tráfico e consumo de drogas no Edifício América e região, em Blumenau
Presença de usuários se espalha pela vizinhança
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Representantes do América comentam a situação
Jornal de Santa Catarina – A Polícia Militar tem conhecimento da circulação de traficantes e usuários de drogas no Edifício América e Biergarten?
Cláudio Roberto Koglin – Sabemos da existência, mas não temos ronda especializada naquele local. Temos problemas de consumo de entorpecentes em vários locais de Blumenau, como os terminais Aterro e Fonte, no Fidélis, no Parque Ramiro, no Frosihnn. Na medida do possível, fazemos rondas em todos. Quando operações pontuais são feitas, observa-se uma redução de usuários. À medida que não podemos mantêlas a tendência é que eles retornem.
Santa – Chegam muitas denúncias?
Koglin – É um dos pontos que a gente recebe denúncia com frequê-ncia. Mas não posso dizer que seja o número um. Essas denúncias são quase iguais para todas as áreas. Por ser um local propício para isso, é difícil flagrarmos as pessoas com entorpecente. Eles costumam fumar às margens do Itajaí-Açu e, quando percebem a chegada da guarnição, dispensam a droga no rio.
Santa – Os frequentadores do América e do Biergarten migraram da Prainha?
Koglin – A tendência é que sim, porque quando fizemos uma operação forte tempos atrás eles migraram para a Prainha. Ela agora está em obras e cercada, então o pessoal voltou para a região do Biergarten. Se nós pressionarmos naquele local, eles vão procurar outro ponto.
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Santa – O que torna difícil impedir a circulação de drogas nesta região?
Koglin – Quando a cidade abandona seus espaços, o usuário toma conta. Temos casos aqui de prédios públicos e privados que quando são abandonados se transformam em ponto de tráfico e consumo.
Santa – A pouca idade de quem circula ali atrapalha o trabalho de repressão?
Koglin – A polícia tem uma dificuldade dupla: a legislação do consumo de drogas está cada vez mais branda e se soma à legislação muito protetiva para crianças e adolescentes. Temos vários ali que foram detidos mais de duas, três, quatro vezes. Há um alto índice de reincidência entre aqueles que estamos prendendo, mas há pessoas novas chegando.
Santa – Qual o perfil dessas pessoas?
Koglin – Não posso entrar nesse detalhe, mas diria que são de classe humilde, menos favorecida. Pessoas de classe média para cima são mais discretas e usam em outros locais.