A busca pela melhor vacina contra a Covid-19 tem crescido no Brasil. A comparação entre as três marcas utilizadas até então no país — AstraZeneca, Coronavac e Pfizer — é recorrente e algumas pessoas deixam de tomar o imunizante no dia correto para esperar pela suposta “melhor” marca.
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> SC registra maior número de doses de vacina contra Covid aplicadas por dia
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) lançou a campanha #euescolhiservacinado para incentivar a vacinação na data correta e desestimular a busca por uma marca específica da vacina. O grande objetivo dos imunizantes é evitar internações e óbitos, e todas aquelas fornecidas no Brasil cumprem esse papel.
Segundo o professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Fabrício Augusto Menegon, as informações sobre os efeitos colaterais da AstraZeneca e a discussão do aceite de vacinas em determinados países induziu o público a buscar outras marcas. Ele assegura, porém, que a melhor saída para a pandemia é tomar a vacina no momento correto, sem escolher o imunizante.
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— As pessoas querem escolher marcas de vacinas supostamente mais seguras, sem ter a correta informação disso. Todas as vacinas têm um nível de eficácia e segurança muito parecido. A diferença se encontra na metodologia do estudo que analisou a eficácia. A probabilidade de eventos adversos é muito pequena, não se justifica a preferência — explicou.
O professor de imunologia e virologia da UFSC, Daniel Mansur, lembra que a população verifica a qualidade da vacina comparando as taxas de eficácia em relação aos casos leves da doenças. Mas, na verdade, o que importa são os casos graves de Covid-19.
— Todas as vacinas foram testadas e inibem doenças graves pelo coronavírus. Existem vacinas mais efetivas e menos efetivas. É preciso tomar a que tem disponível. A ideia de onde as pessoas tiram que é melhor é da taxa de eficácia em doenças leves. Mas o dado mais importante é o tanto que impede a pessoa de ter uma doença grave e morrer, e eles são muito similares — afirmou.
> Tudo o que se sabe sobre a Janssen, vacina contra a Covid-19
As reações das vacinas
Algumas pessoas temem os efeitos colaterais. Porém, a médica infectologista da Dive, Lígia Gryninger, explica que depende as reações dependem do indivíduo:
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— Algumas pessoas podem ter uma pré-disposição de desenvolver eventos adversos que a gente considera de leve a moderado no pós-vacinação, que acontece até com outras vacinas. Então, o que tem sido relatado com a AstraZeneca é febre e dor no corpo, que deixa a pessoa 24/48 horas um pouquinho mais debilitada, mas, nada que seja motivo para desistir desse tipo de vacina.
Não seja um “sommelier” de vacina. Entenda:
Diferenças das vacinas
Conhecer as diferenças das vacinas deve servir como conhecimento e benefício próprio, mas não como forma de escolher qual marca é melhor.
> As diferenças entre as vacinas da Pfizer, Astrazeneca e Coronavac
A imunidade coletiva
As medidas começarão a ser flexibilizadas e a vida voltará ao rumo “normal” quando mais de 70% da população tomar as doses das vacinas, estimam os especialistas. Por isso, mais do que a marca do imunizante, o que importa é a quantidade de pessoas que estão tomando a vacina e a velocidade com que isso acontece.
A baixa na transmissão do vírus vai estimular a volta à vida normal. Nos EUA e em Israel, quando cerca de 40% da população foi vacinada, as medidas passaram a ser flexibilizadas. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos criou uma lista com o que pessoas completamente vacinadas — com todas as doses da vacina — podem fazer, em comparativo àquelas que ainda não foram vacinadas. Isso só pode ocorrer porque a curva de contágio diminuiu consideravelmente.
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— Eles investiram em vacinação em massa com uma velocidade muito grande. Isso criou bolsões de imunidade, que fez as curvas de contágio diminuírem. Aqui no Brasil não temos essa expectativa porque as dinâmicas de vacinação são diversas nos estados. Mas, se o governo de SC conseguir vacinar todos até outubro, em semtebro talvez já poderemos ver uma dimunuição na curva de contágio. Em tese, a partir de dezembro já teríamos condições reais de voltar a nossa realidade.
Até a população adquirir uma espécie de imunidade coletiva é necessário manter os cuidados e as medidas sanitárias, como o uso de máscara, de álcool em gel e de distaciamento.
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