A primeira apreensão da K9, droga conhecida por causar um efeito zumbi no usuário, deixou Santa Catarina em alerta. O entorpecente foi encontrado na quinta-feira (15) em remessas enviadas através dos Correios para a Grande Florianópolis. Por conta disso, equipes do serviço de inteligência têm focado os esforços para identificar e coibir possíveis novos envios da droga ao Estado.
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De acordo com delegado Walter Figueiredo Loyola, da Delegacia de Combate as Drogas de Florianópolis, a investigação segue a fim de identificar os suspeitos pelo envio da droga a Santa Catarina. Além disso, a equipe já sabe quem seria o destinatário das drogas, porém outros detalhes não foram revelados.
— Vamos concluir essa investigação com objetivo de impedir essa ponte em Santa Catarina e ainda manteremos nossas informações e o serviço e inteligência policial focado nesse tipo de envio ao Estado, já que é uma droga produzida em São Paulo — pontua.
Apreensão de supermaconha em SC revela nova tática do tráfico para escapar de flagrantes
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A apreensão de cerca de R$ 300 mil em drogas revelou a nova tática dos traficantes para enviar entorpecentes sem serem eventualmente presos em flagrante: despachar encomendas. Além da K9, também foram apreendidos 2,5 mil comprimidos de ecstasy, um quilo de cocaína, 100 gramas de haxixe e 50 gramas de crack. Uma arma de fogo também foi recolhida na ação.
A ação ocorreu em uma agência dos correios, no momento em que ela estava em trânsito para ser entregue a usuários. O carregamento ilegal tinha como destino Guaramirim, no Norte Catarinense.
Essa foi a segunda apreensão deste tipo em SC em uma semana: na terça (13), a Delegacia de Combate às Drogas (Decod) havia pego uma carga menor de lança-perfume.
— Isso já vem ocorrendo com certa frequência: remessa de drogas para Santa Catarina pelos Correios. Em razão disso, a gente já vem atuando junto aos Correios, com a inteligência deles, e a Receita, com alguns cruzamentos de informações para conseguirmos identificar essas remessas — explica o delegado.
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Loyola afirma que os trabalhos conjuntos começaram há três meses, período em que já houve seis apreensões. Ainda segundo o delegado, as caixas tinham locais de partida e destino diversos, o que indica uma prática já generalizada entre o tráfico.
O que é a K9
A K9 é um canabinoide sintético, categoria de substâncias químicas que também incluem drogas popularmente conhecidas como “maconha sintética”, K2, K4 e Spice. Apesar de ter o nome associado à maconha, de origem natural, trata-se de um droga sintetizada em laboratório.
Os canabinoides sintéticos surgiram a partir de pesquisas medicinais que previam repetir o princípio ativo da Cannabis sativa sem levar a maconha em sua composição, mas passaram a ser utilizados como drogas recreativas, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
No país norte-americano, os primeiros registros das drogas K são de 2008, três anos depois de já terem venda nos países europeus. Ainda de acordo com o CDC, as canabinóides sintéticos podem causar doenças graves e até a morte, com efeitos a longo prazo desconhecidos.
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O governo de São Paulo, que já enfrenta uma crise com os entorpecentes, afirma que os efeitos são piores que os do crack. No Brasil, a Polícia Federal diz fazer alertas à Anvisa sobre a presença dos canabinoides sintéticos desde 2014.
O entorpecente pode vir camuflado em ervas, como chás ou mesmo a maconha, na forma de pó ou borrifado em papéis como os de LSD, o que dificulta a identificação pelas autoridades.
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