Base aliada começa a ruir
PDT e PTB anunciaram na quarta-feira rompimento com o governo na Câmara dos Deputados, garantindo que vão adotar postura de independência em relação à gestão de Dilma nas votações. Na mesma linha, PMDB e PC do B começam a subir o tom e a exigir reforma ministerial. O receio é de mais siglas tomarem rumo semelhante.
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Pauta-bomba estremece ajuste fiscal
Com ação contrária da base aliada, o governo sofreu nova derrota na Câmara na madrugada desta quinta-feira. Por 445 votos a favor e 16 contra, deputados aprovaram, em primeiro turno, proposta que vincula os salários de advogados públicos e delegados federais à remuneração dos ministros do STF, hoje em R$ 33,7 mil. O impacto aos chega a R$ 2,45 bilhões ao ano – e pode ficar ainda maior porque o STF negocia aumento de 16%. Se a proposta seguir adiante, vai contra o ajuste fiscal.
Com base esfacelada, Dilma tenta coalizão no Congresso Continua depois da publicidade
O nível de reprovação de Dilma Rousseff não para de subir. Agora, chegou a 71%, aponta pesquisa Datafolha realizada entre 4 e 5 de agosto. Com isso, Dilma se torna a presidente mais impopular desde o início do levantamento, em 1990. Quem detinha o recorde era Fernando Collor, reprovado por 68% dos entrevistados em setembro de 1992, pouco antes do impeachment.
Análise de contas vira arma
Em outra forma de pressão, a Câmara aprovou nesta quinta-feira as contas relativas aos mandatos de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula. O objetivo é “limpar o caminho” para a análise das contas de Dilma de 2014, cuja possível rejeição é aguardada pela oposição para ser usada como base para a abertura de processo de impeachment.
O temor do impeachment
Depois de romper com o governo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deu a entender que autorizaria a tramitação de processo de impeachment. Nos últimos dias, se disse contrário. Ontem, mandou arquivar quatro pedidos. A área jurídica da Casa os avaliou como sem a mínima consistência.
Pesquisa Datafolha: reprovação de Dilma atinge 71% e supera índice de Collor
Sem a presença do PT entre os integrantes, foi instalada nesta quinta-feira a CPI do BNDES na Câmara. Nos bastidores, parlamentares comentam que a CPI pode agravar a crise ao revelar condições facilitadas de empréstimos. A CPI dos fundos de pensão também pode complicar a vida do governo.
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Delação premiada de Duque
No primeiro depoimento como delator na Operação Lava-Jato, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque citou nomes de políticos como beneficiados pelo esquema de desvio em contratos na estatal. Como foi indicado pelo PT para o cargo, o receio é de que tenha citado integrantes da sigla.
Moradores fazem panelaço em diferentes bairros de Porto Alegre durante exibição do programa do PT
A moeda americana segue trajetória de alta desde que a economia brasileira começou a mostrar fraqueza. A crise política ajuda a mexer nas cotações. Nesta quinta, o dólar subiu para R$ 3,53, a sexta alta seguida.
De volta às ruas
Em inserções nesta quinta na TV, o PSDB divulgou apoio aos protestos contra a presidente Dilma, convocando a sociedade para participar das manifestações no dia 16. Antes disso, no dia 13, empresários pretendem protestar contra a política econômica do governo na Avenida Paulista, em São Paulo.